O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou, na última quinta-feira (22), que pretende encerrar a fabricação da tradicional moeda de um centavo, cunhada desde o século XVIII. Mesmo com a produção suspensa, o penny seguirá em circulação, sendo aceito normalmente em estabelecimentos de todo o país por um período ainda indefinido.
A moeda de um centavo nos Estados Unidos é popularmente chamada de “penny” por influência histórica do “penny” britânico, que é a moeda de um centavo da libra esterlina.
Os Estados Unidos, após a independência, herdaram muitos costumes e termos do Reino Unido, incluindo o uso da palavra penny para se referir à menor unidade monetária. Embora o nome oficial da moeda seja “one cent”, o termo “penny” se popularizou no dia a dia e é amplamente utilizado pela população americana até hoje, da mesma forma que no Brasil se fala “real” ou “tostão”, mesmo que o valor oficial seja “centavo de real”.
Segundo o porta-voz da Associação Nacional de Lojas de Conveniência, Jeff Lenard, a mudança tende a ser imperceptível no cotidiano comercial. “Se observarmos a experiência do Canadá, no primeiro ano após pararem de produzir, não houve nenhuma mudança nas transações”, afirmou à CNN.
As lojas de conveniência, que lidam com cerca de 32 milhões de pagamentos em dinheiro por dia — aproximadamente 20% do volume total — devem continuar aceitando a moeda. Já a Federação Nacional do Varejo (NRF), que representa grandes redes e pequenos lojistas, prevê que seus afiliados mantenham o uso dos pennies até que o estoque natural se esgote, com tendência de arredondamento nos valores pagos em espécie.
“O principal objetivo dos varejistas é atender os clientes e tornar essa transição o mais suave possível”, disse Dylan Jeon, diretor sênior de relações governamentais da NRF.
Embora haja uma estimativa de que existam 114 bilhões de pennies em circulação, o Tesouro norte-americano aponta que boa parte dessas moedas está esquecida em potes, gavetas ou caixas. O órgão ainda calcula que, juntas, essas moedas poderiam formar uma pilha de 13 andares.
Apesar de cada vez mais pessoas deixarem de utilizar a moeda — muitas vezes largando-a em recipientes de troco voluntário nas lojas —, ela permanece como valor legal. Lenard reforça que, mesmo com a suspensão da cunhagem, clientes poderão usá-las em compras: “Existe um ditado no varejo: ‘Nunca perca um cliente por causa de um centavo’. Eu nunca tinha pensado nesses termos, mas isso se aplica ainda mais aqui. Acho que se alguém quiser pagar com penny, a maioria dos varejistas vai preferir manter esses clientes satisfeitos.”
Em países como o Canadá, onde a fabricação do centavo foi encerrada em 2012, a moeda ainda tem validade legal, e transações eletrônicas seguem sendo calculadas até a casa decimal, com arredondamentos aplicados apenas em pagamentos em dinheiro. Nos EUA, o modelo deve seguir padrão semelhante.
O dólar americano (USD) foi oficialmente criado em 1792 com o Coinage Act, que estabeleceu o dólar como a unidade monetária dos Estados Unidos, inspirado no “peso de oito” espanhol, amplamente usado nas colônias.
O dólar foi inicialmente lastreado em prata e ouro, com moedas metálicas cunhadas pela Casa da Moeda dos EUA a partir de 1793. Em 1861, durante a Guerra Civil, surgiram os primeiros dólares em papel, conhecidos como “greenbacks”, emitidos para financiar o conflito.
Em 1900, os EUA adotaram o padrão-ouro, convertendo dólares em ouro até 1933, quando o presidente Franklin D. Roosevelt suspendeu essa conversão. Em 1944, o Acordo de Bretton Woods tornou o dólar a principal moeda de reserva mundial, atrelada ao ouro.
Esse sistema durou até 1971, quando o presidente Richard Nixon encerrou a conversibilidade do dólar em ouro, tornando-o uma moeda fiduciária. Desde então, o dólar é regido pela confiança nos EUA e é controlado pelo Federal Reserve, tornando-se a principal moeda de comércio e reserva global até hoje.
Atualmente, mais de 10 países e territórios utilizam o dólar americano como moeda oficial ou adotam seu uso extensivo no dia a dia, mesmo que informalmente. Alguns exemplos: Equador, El Salvador e Panamá.
Vários países têm sua própria versão do dólar, com valor distinto do dólar americano. Eis alguns: Austrália → Dólar australiano (AUD); Canadá → Dólar canadense (CAD); Nova Zelândia → Dólar neozelandês (NZD); Cingapura → Dólar de Cingapura (SGD); Hong Kong → Dólar de Hong Kong (HKD), Taiwan → Novo dólar taiwanês (TWD). (Foto: PixaBay; Fonte: CNN)