Estados Unidos e China chegaram a um entendimento temporário com o objetivo de aliviar os impactos da prolongada guerra comercial.
As duas maiores potências econômicas do planeta decidiram implementar uma redução mútua nas tarifas durante um período de 90 dias, buscando avançar em negociações que possam encerrar o impasse que já afeta mercados globais e gera receios de recessão.
O anúncio foi feito após rodadas de negociações realizadas em Genebra, na Suíça. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que houve consenso para aplicar cortes superiores a 100 pontos percentuais nas tarifas atuais, estabelecendo uma alíquota básica de 10%.
“Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais”, declarou Bessent nesta segunda-feira (12). “Ambos temos interesse em um comércio equilibrado, os EUA continuarão avançando nessa direção.”
A notícia repercutiu positivamente nos mercados financeiros: o dólar valorizou frente a outras moedas e os índices acionários apresentaram recuperação, reduzindo os temores que vinham sendo alimentados desde o mês anterior, quando o presidente Donald Trump intensificou sua ofensiva tarifária com o objetivo de reduzir o déficit comercial americano.
Bessent participou da coletiva ao lado do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, destacando que houve avanços significativos nas tratativas. “O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum lado quer um desacoplamento”, afirmou o secretário. “E o que ocorreu com essas tarifas muito altas foi o equivalente a um embargo, e nenhum lado quer isso. Nós queremos comércio.”
Os encontros em Genebra marcaram o primeiro diálogo presencial entre autoridades econômicas de alto escalão dos dois países desde que Donald Trump retornou à Casa Branca. Desde janeiro, ele havia elevado as tarifas sobre produtos chineses para 145%, acumulando medidas de seu atual e anterior mandato, além das taxas herdadas da gestão Biden.
Em resposta, Pequim também elevou tributos sobre bens importados dos EUA para 125% e restringiu o envio de elementos de terras raras, insumos estratégicos para setores como armamentos e eletrônicos.
A disputa já afetou cerca de US$ 600 bilhões em comércio entre as nações, com impactos severos nas cadeias globais de suprimentos, gerando riscos de estagflação e cortes de postos de trabalho.
Após os encontros, representantes dos EUA anunciaram um “acordo” voltado à redução do déficit comercial, enquanto os chineses destacaram um “consenso importante” e o lançamento de um novo canal de diálogo econômico.
Mesmo antes do desfecho oficial das reuniões, Trump já havia sinalizado otimismo: “uma redefinição total… de maneira amigável, mas construtiva”, descreveu o presidente. E mais: Faustão aparece no SBT em homenagem à esposa. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: Folha de SP)