Neste domingo (20), o Estadão publicou um editorial que lança um olhar crítico sobre a visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito das classes sociais no Brasil. O texto destaca como Lula parece dividir a sociedade em dois universos: os “pobres e miseráveis”, de um lado, e os “ricos e bilionários”, do outro. “Quem não se deixa enganar facilmente pelos alquimistas do Palácio do Planalto e do PT sabe que há praticamente dois universos na cabeça do presidente”.
O editorial enfatiza a incapacidade do governo de Lula de reconhecer as necessidades da classe média tradicional, que se encontra em uma situação cada vez mais precária. “Os pobres foram anexados à classe média, e os ricos costumam fazer parte das maquinações conspiratórias para apear a esquerda do poder”, apontam os autores, ressaltando que a classe média de hoje, diferente daquela chamada de “nova classe média” durante os primeiros mandatos petistas, é mais endividada e carente de políticas públicas eficazes.
O texto também critica as ações do governo, que são descritas como populistas e insuficientes. “A essa classe média, governos lulopetistas só parecem destinar medidas populistas, como a recente proposta de ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil”, afirmam. De acordo com o editorial, essas propostas não abordam as questões estruturais que afetam a classe média, deixando-a em uma situação de vulnerabilidade.
Os autores enfatizam que a classe média não é apenas uma categoria econômica, mas também um “estado de espírito”, desejando “mais liberdade, menos burocracia, melhores condições para empreender e crescer”. Essa perspectiva contrasta com o modelo de Estado defendido por Lula, que é visto como obstrutivo e distorcido.
“O melhor uso dos recursos públicos, isto é, um uso racional, eficiente e equilibrado, capaz de manter as coisas em ordem e oferecer bons serviços públicos” é, segundo o editorial, um objetivo frequentemente ignorado pelo governo.
O editorial também menciona a dificuldade histórica da esquerda em lidar com a classe média, citando a filósofa Marilena Chauí, que, em um debate sobre os dez anos de governo lulopetista, expressou abertamente seu desprezo pela classe média. “Eu odeio a classe média. (…) A classe média é o atraso de vida”, disse Chauí, ressaltando a animosidade de certos setores da esquerda em relação a essa classe social.
Os desafios enfrentados pela classe média são evidentes, especialmente nas eleições municipais de 2024, onde o PT e a esquerda continuam a propagar uma narrativa de ricos contra pobres.
“Seguem difundindo a ideia de ricos contra pobres, nada realista diante das mudanças das últimas décadas”, critica o editorial. O texto conclui destacando a desconexão do PT com a realidade social do Brasil, sugerindo que a legenda ignora uma parte significativa da população que não se identifica com as divisões tradicionais de classe.
O editorial do Estadão, portanto, serve como um chamado à reflexão sobre a importância de reconhecer as nuances da sociedade brasileira e a necessidade de políticas que atendam efetivamente às demandas da classe média em um contexto econômico desafiador. E mais: Band mantém contrato de Fórmula 1 até 2025 e frustra Globo. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto)