Estadão diz que quem acreditou em responsabilidade fiscal de Lula ‘era inocente ou mal informado’

direitaonline

O jornal ‘O Estado de S. Paulo’ publicou neste domingo (14) um editorial contundente sobre a crescente insatisfação dos brasileiros com a economia do país e os efeitos dessa percepção sobre a imagem do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A análise se baseia em dados recentes da pesquisa Datafolha, divulgada no início de abril, e associa o sentimento popular à escalada da inflação e à alta dos juros.

A publicação destaca que a economia voltou ao topo das preocupações nacionais, em um empate com a saúde. “Uma recente pesquisa do Datafolha apontou a economia como o principal problema do País, num empate com a saúde. A preocupação econômica ultrapassou, na avaliação dos entrevistados, questões críticas como violência e corrupção, por exemplo”, escreve o editorial.

Apesar da boa performance de alguns indicadores macroeconômicos, como a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos e um crescimento do PIB de 3,4% em 2024, o jornal chama atenção para o peso da inflação no bolso da população. “A inflação chegou ao bolso do consumidor, o que já é suficiente para explicar a predominância alcançada pela economia no rol de preocupações do brasileiro”, aponta o texto.

De acordo com o jornal, o impacto da inflação é agravado pelo aumento no custo de vida. “O custo da cesta básica em 2024 subiu 14,22%, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), quase o triplo da inflação anual (4,83%), e continua subindo: de acordo com acompanhamento do Dieese, em janeiro, em São Paulo – capital com a cesta básica mais cara do País – já valia R$ 851,82, ou 60% do salário mínimo de R$ 1.518,00”, detalha o Estadão.

A inflação acumulada no início do ano também preocupa: o IPCA registrou alta de 1,47% apenas nos dois primeiros meses de 2025 — quase metade da meta anual definida pelo governo.

Outro ponto enfatizado pelo editorial é a elevação da taxa Selic a 14,25%, patamar que não era registrado desde 2016. O Estadão lembra que esse nível de juros foi mantido nas vésperas do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, reforçando a gravidade do cenário.

“Nos oito anos e meio que se seguiram, o brasileiro não conviveu com uma taxa básica tão elevada e que, ao que tudo indica, deve subir ainda mais ao longo de 2025, já que a inflação não dá trégua”, diz o jornal.

Além disso, a taxa de juros do cartão de crédito, usada por milhões de brasileiros, é considerada “proibitiva”. “Aquele que mais dói no bolso do brasileiro médio, o do cartão de crédito, bateu 438,4% ao ano em setembro de 2024. Levantamento do Banco Central de março mostra como a taxa do rotativo varia de acordo com a instituição, chegando a ultrapassar 900% ao ano em quatro delas”, detalha o texto.

O Estadão não poupa críticas à postura do atual governo diante do agravamento da situação econômica. Segundo o editorial, “esta gestão, em especial, insiste em não reconhecer que a política lulopetista vem forjando esse quadro, origem da queda vertiginosa da popularidade de Lula”.

O texto também faz referência a dados de outra pesquisa, divulgada pela Coluna do Estadão, da Genial/Quaest, que mostra um nível significativo de frustração com o terceiro mandato de Lula.

“Recortes da pesquisa Genial/Quaest mostram que 67% dos eleitores brasileiros se dizem frustrados com o terceiro governo Lula da Silva, 36% deles muito e 31% um pouco. No Nordeste, outrora reduto inconteste do petista, mais da metade (55%) se mostrou decepcionada”, cita o editorial.

A crítica final do Estadão aponta para a quebra de confiança entre o eleitor e o presidente. “Mas só se decepcionou quem tinha alguma expectativa positiva. E quem tinha alguma expectativa de que o novo governo de Lula da Silva pudesse ser responsável e prudente para manter o poder de compra da moeda, das duas, uma: ou era ingênuo ou era mal informado”, conclui o jornal.

A publicação sugere que o governo ignora as consequências de sua condução econômica e alerta para os riscos de instabilidade política e social que esse cenário pode provocar. E mais: Saiba por que Zuckerberg pode ter de vender Instagram e WhatsApp. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Estadão)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Papa abre caminho para beatificação de Gaudí

Antoni Gaudí, o renomado arquiteto responsável pela icônica Sagrada Família, um dos maiores marcos da arquitetura religiosa do mundo, foi reconhecido pelo Vaticano por sua “virtude heroica”. Após mais de quatro décadas de dedicação à construção da grandiosa igreja, o papa Francisco autorizou um decreto que reconhece oficialmente as virtudes […]