Em editorial nesse sábado (21), o jornal O Estado de São Paulo criticou a postura do governo federal de classificar como ‘golpe’, em site oficial da União, o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. O título é “o PT não falha”, uma ironia para afirmar que isso já era previsível vindo do partido de Lula.
“O PT não falha. Bastaram alguns dias no poder para que o lulopetismo se assenhoreasse dos canais oficiais do Estado com o objetivo de transformá-los em porta-vozes do partido – e, por meio deles, espalhar sua “verdade oficial”. E nessa “verdade oficial” figura com destaque a versão segundo a qual o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 foi um “golpe””, diz o Estadão.
O jornal paulista afirma que o partido tem direito de fazer a interpretação que quiser do processo constitucional que levou à cassação de Dilma “por suas manobras contábeis criativas, digamos assim, com o propósito de ocultar da sociedade o real estado das finanças do País”. O que o partido e seus membros com cargos no Executivo federal não podem fazer, diz o Estadão, é usar canais oficiais de comunicação para impor a todos os brasileiros sua visão particular dos acontecimentos como revanche.
A comunicação oficial do governo federal não se confunde nem remotamente com a comunicação do PT, “ainda que a legenda tenha logrado ascender novamente ao Executivo federal. Triunfos eleitorais, circunstanciais por natureza, não autorizam reescrever a história”.
“E prosseguiu: para o partido que, objetivamente, o impedimento da ex-presidente tenha seguido rigorosamente todos os ritos previstos na Constituição e na Lei 1.079/1950 – e sob a supervisão do então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski. Ao PT, interessa a versão, não os fatos”.
O Estadão concluiu cobrando de Lula sua promessa de fazer seu terceiro mandato uma gestão para promover o que o petista entender como “reunir famílias e reconciliar amigos que se afastaram por divergências políticas”. Mas, como aponta o jornal, um canal oficial do governo chamar o impeachment de Dilma de “golpe”, “politiza a comunicação estatal, dissemina uma patranha e atiça a cizânia. Ou seja, nada de bom”.
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