O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta sexta-feira (30) um editorial crítico à estratégia do governo para os cortes orçamentários de 2025, destacando a dependência da equipe econômica em ações pontuais e temporárias, ao invés de promover reformas estruturantes e duradouras nas despesas públicas. O título do texto é “Gambiarra orçamentária”.
O editorial aponta que “mais da metade (53%) dos cortes anunciados pela equipe econômica para o Orçamento de 2025 virá do pente-fino promovido no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da revisão cadastral do Instituto Nacional do Seguro Social”.
Segundo o jornal, essa concentração de cortes em medidas específicas evidencia que o governo continua utilizando estratégias de curto prazo, ou seja, “vendendo o almoço para pagar o jantar”.
Outra crítica importante do editorial é dirigida à demora do governo em detalhar os cortes, sugerindo que isso reflete uma “insistência do governo em ancorar a busca pelo equilíbrio fiscal no aumento da arrecadação, e não na efetiva redução das despesas públicas”. O Estadão questiona a falta de transparência e a ineficácia de medidas temporárias que não atacam as causas estruturais do desequilíbrio fiscal.
O jornal também destaca a necessidade de soluções permanentes, ao afirmar que “para mostrar de fato seu compromisso com a responsabilidade fiscal, o governo precisa apresentar soluções definitivas, não apenas paliativos”.
Segundo o editorial, uma política fiscal verdadeiramente responsável exigiria a revisão mais profunda dos gastos obrigatórios, não se limitando a cortes pontuais, mas buscando uma reformulação ampla e corajosa que permita ao país enfrentar desafios de longo prazo sem comprometer programas sociais essenciais.
Em resumo, o Estadão cobra do governo uma postura mais firme e estruturada na gestão das finanças públicas, criticando a atual estratégia por sua superficialidade e falta de visão a longo prazo. Clique AQUI para ver na íntegra. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Estadão)