Em editorial contundente, o jornal O Estado de S. Paulo criticou a atuação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no que classificou como uma gestão marcada por improvisos, ineficiência e incapacidade de lidar com desafios urgentes na segurança pública. Clique AQUI e APOIE nosso trabalho.
O texto destacou episódios emblemáticos, como a fuga de dois criminosos do Comando Vermelho (CV) do presídio federal de Mossoró (RN), em fevereiro deste ano, e a condução das obras de presídios federais pelo Ministério da Justiça.
A fuga de Mossoró: desorganização e falhas estruturais
O caso da fuga de dois presos em Mossoró foi apontado como um símbolo da falta de coordenação nas ações do Ministério da Justiça.
Os detentos escaparam de um presídio dito de “segurança máxima” ao escalarem luminárias, atravessarem forros vazados e utilizarem ferramentas improvisadas, como barras de ferro e alicates. “Há anos, 124 das 192 câmeras do presídio estavam inoperantes, e a iluminação apresentava falhas”, revelou o Estadão. Clique AQUI e APOIE nosso trabalho. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Globo News)
Após a fuga, as buscas envolveram 500 agentes federais e policiais de cinco estados, mas foram descritas como desorganizadas. Especialistas apontaram para a ausência de uma coordenação central e de uma estratégia comum. “Foi um ajuntamento de recursos policiais estaduais e federais sem uma doutrina policial clara de busca e captura em cenários adversos”, avaliou Jacqueline Muniz, professora de segurança pública da Universidade Federal Fluminense, em entrevista ao jornal.
Apesar do grande aparato, os fugitivos foram capturados apenas 50 dias depois, a mais de 1.600 km de distância, no Pará. Na época, Lewandowski minimizou a fuga ao afirmar que, durante o carnaval, os guardas costumam ficar mais “relaxados”, o que gerou ampla repercussão negativa.
Obras paradas e planejamento falho
Outro ponto central do editorial foi a crítica à execução de obras nos presídios federais, especialmente na promessa de construção de muralhas. Das cinco unidades, apenas a de Porto Velho apresentou avanços, mas ainda assim, de maneira problemática. O Estadão revelou que “mais da metade do cronograma já deveria estar concluída, mas apenas 8% foram cumpridos”.
Além disso, o projeto enfrenta falhas de planejamento e atrasos, com aditivos financeiros e disputas contratuais. “Foi preciso um aditivo de R$ 1 milhão para corrigir erros, mas a empreiteira alega que o valor é insuficiente e acusa o governo de subestimar os custos”, destacou o texto.
Críticas à ideologia e à administração petista
O jornal também apontou críticas mais amplas à abordagem do governo Lula na segurança pública, classificando-a como marcada por “miopia ideológica” e negligência.
“A esquerda, em geral, e o PT, em particular, não têm a segurança pública como um forte, vendo no crime um mero subproduto das ‘injustiças sociais’”, afirmou o editorial.
Lewandowski foi descrito como um “neófito em administração pública e tarefas executivas de segurança”, e seus planos para integrar forças policiais foram considerados grandiosos na teoria, mas ineficazes na prática.
“Mesmo se o governo conseguir entulhar a Constituição com novas regras, qual a chance de elas serem eficazes, quando o Ministério não consegue executar sequer uma tarefa tão prosaica, objetiva e inequívoca quanto erguer um muro?”, questionou o texto.
Desafios à frente
As críticas ao desempenho de Lewandowski ecoam em um contexto em que a criminalidade é apontada como uma das maiores preocupações dos brasileiros. Para o Estadão, a gestão do ministro não tem conseguido oferecer respostas efetivas para esse desafio, tanto no combate ao crime organizado quanto na administração do sistema carcerário. E mais: Lula admite ‘culpa’ por “extrema direita” ter mais força nas redes sociais. Clique AQUI para ver. (Foto: Ministério da Justiça; Fonte: Estadão)