Controlador do grupo cearense Grepar, Clovis Fernando Greca promete brigar com a Petrobras na Justiça por uma indenização. No último ano do governo Bolsonaro, sua empresa comprou, por US$ 34 milhões (R$ 167,3 milhões), a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).
Apesar de o Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) afirmar, na época, que o montante correspondia a apenas 55% do valor real da refinaria, a estatal que produz asfalto representa muito pouco do refino total da Petrobras: apenas 0,5%.
Mas na segunda-feira, 27, a estatal (sob o governo Lula) anunciou que rescindiria o contrato, alegando que algumas condições precedentes para transferência do ativo não foram concluídas até o prazo final de 25 de novembro deste ano.
Em entrevista ao Estadão, nesta quarta-feira (29), o empresário critica o posicionamento da Petrobras, a qual, teria feito de tudo para que os prazos não fossem cumpridos. De acordo com Clovis, a petrolífera “desistiu de fazer negócio”, desde quando Lula assumiu.
Por meio de nota, a Petrobras alega que o contrato foi rescindido “em razão da ausência de cumprimento de condições precedentes nele estabelecidas até o prazo final definido em tal contrato (25/11/2023), em que pesem os melhores esforços empreendidos pela Petrobras para conclusão da transação”, mas não deu mais detalhes dos supostos problemas causados pela empresa.
Agora, com a frustração do processo, Greca avisa que não vai mais investir no Brasil. “Vou pegar o meu recurso e tirar do País”, afirma o empresário. “Vou investir em outros lugares, que queiram ter empresariado fazendo investimentos sérios.”
“(O governo atual) é contra qualquer venda de qualquer ativo. Estamos num momento de Estado muito mais atuante na economia. Tudo contra esse sentido o governo não quer fazer. Por isso, a Petrobras desistiu de um contrato que não permitia a ela este poder.”, afirmou.
Ainda na entrevista, Clovis revela que a Petrobras foi “enrolando, criando desculpas” para que pudesse depois alegar que a empresa privada é que não havia cumprido o contrato e pudesse pedir o rompimento.
“A Petrobras não poderia ter pedido isso (quebra de contrato) por que quem deu causa ao atraso foi ela, e essas condições fundiárias não precisavam ser cumpridas”, defende-se.
“Estava previsto mais de US$ 100 milhões em investimentos. A gente ia aumentar a planta. A sociedade brasileira iria ganhar, assim como o setor de asfaltos. Todo mundo sairia ganhando. A gente perdeu muitas outras oportunidades como empresário. Eu estava focado nisso, eu tinha gente voltada para isso, e o meu recurso estava disponível para o projeto”, lamenta.
Agora Clovis, como qualquer grande empresário, vai procurar um país onde haja melhor segurança jurídica e, como ele mesmo disse, queira “investimento sério”. Clique AQUI para ler a entrevista na íntegra.
APOIO!
Pix: Você pode nos ajudar fazendo um PIX ? Precisamos de sua ajuda!
Nossa chave de acesso é direitaonlineoficial@gmail.com | Banco Santander