A famosa Vila de Jericoacoara, um dos destinos turísticos mais conhecido do Nordeste, está envolvida em uma disputa que pode alterar drasticamente sua paisagem e o futuro de seus moradores.
Isso porque A empresária Iracema Correia São Tiago afirma possuir 80% das terras da vila, o que gerou alarme entre a população local e frequentadores. A informação foi divulgada pelo portal g1. Clique AQUI para ver na íntegra.
A Procuradoria Geral do Estado do Ceará (PGE-CE) já reconheceu a validade da reivindicação e está em conversas para firmar um acordo que possa evitar a remoção dos moradores e o fechamento de estabelecimentos comerciais. Segundo Iracema, as terras em questão, que somam 714,2 hectares — uma área que equivale a cerca de 1.000 campos de futebol — foram adquiridas por seu ex-marido em 1983.
A escritura pública apresentada ao Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) detalha a compra de três terrenos que compõem a Fazenda Junco I, dos quais 73,5 hectares estão dentro dos limites da vila, que atualmente ocupa 88,2 hectares. O documento foi considerado legítimo pela PGE-CE, o que obrigou o estado a reconhecer a propriedade da empresária.
O acordo que está sendo discutido propõe que Iracema renuncie às áreas onde estão situadas casas e negócios, garantindo a preservação das vias e acessos da vila. Em troca, ela receberia terrenos que não estão ocupados e que ainda pertencem ao estado. Segundo a PGE-CE, essa solução preserva as famílias da região e evita a necessidade de despejos.
Entretanto, a falta de clareza nas negociações vem causando revolta entre os moradores da vila, que souberam do processo apenas recentemente. A principal preocupação dos residentes é com a preservação da paisagem e o possível aumento de construções em áreas de vegetação nativa. No último domingo, um protesto foi organizado na vila, onde os moradores exigiram maior transparência no processo.
Lucimar Marques, presidente do Conselho Comunitário de Jericoacoara, criticou duramente a comunicação falha e questionou a validade da reivindicação da empresária, uma vez que não houve manifestação de posse durante a regularização fundiária na década de 1990. O Ministério Público do Ceará (MP-CE) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão monitorando a situação, com o MP-CE analisando possíveis irregularidades no caso.
Enquanto as negociações continuam, os moradores da vila pedem a reativação do Comitê de Acompanhamento da Regularização Fundiária de Jericoacoara, um órgão que garantia mais transparência no processo de titulação de terras, com o objetivo de proteger o patrimônio e a identidade local. Clique AQUI para ver na íntegra. (Foto: reprodução vídeo; PixaBay; Fonte: G1)