Uma investigação da Polícia Federal revelou que uma empresa contratada pelo governo federal por R$ 328,3 milhões é alvo de inquérito que apura suposto envolvimento em um esquema de fraudes em licitações de terceirização de mão de obra.
Conforme revelou o Estadão, a firma em questão, a Esplanada Serviços, foi contratada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), comandado pela ministra Esther Dweck, mesmo após indícios de irregularidades.
A empresa, segundo a reportagem, ficou em segundo lugar na licitação, mas foi escolhida após a desclassificação da R7 Facilities, apontada como peça central de um esquema que já movimentou mais de R$ 1,5 bilhão em contratos com órgãos federais desde 2021. A contratação foi feita para fornecer 1.216 terceirizados a 12 ministérios.
De acordo com o Estadão, “a PF descobriu que o dono da Esplanada Serviços movimentou mais de R$ 33 milhões com empresa de laranja que integra o esquema”.
A reportagem também destaca que o empresário em questão é filiado ao MDB-DF desde 2006 e foi candidato a deputado distrital em 2018. Endereços ligados a ele e à empresa foram alvos da Operação Dissímulo, deflagrada pela PF em fevereiro deste ano.
Ainda conforme o jornal, a Esplanada foi incluída no rol de empresas investigadas após a PF ter acesso a um relatório que detalha “transações financeiras feitas e recebidas pelo dono da companhia entre novembro de 2021 e fevereiro de 2024”. As movimentações somam R$ 33.867.923,37, sendo R$ 19,2 milhões enviados e R$ 14,6 milhões recebidos no período.
Os valores, segundo a investigação, envolvem a B2B, empresa também operada por laranjas. “O atual dono, no papel, é um homem registrado como segurança, morador do Recanto das Emas”, descreve a reportagem. A PF aponta que a B2B foi usada para inflar artificialmente os balanços da R7 Facilities com contratos falsos, permitindo à empresa pleitear isenções fiscais e, com isso, oferecer preços mais competitivos em licitações públicas.
A Operação Dissímulo teve como base inicial um contrato firmado entre a R7 e a própria Polícia Federal. Desde então, outras frentes investigativas foram abertas.
Segundo o Estadão, “os policiais foram às ruas oito dias depois de o Estadão mostrar que a R7 Facilities estava em vias de celebrar com o Ministério da Gestão aquele que era o maior contrato de terceirização do governo nos últimos anos”.
Procurado pelo Estadão, o Ministério da Gestão afirmou em nota que “adotou todas as cautelas necessárias previamente à homologação” e que não existe “processo administrativo sancionador ou quaisquer outras penalidades ou medidas que impeçam a homologação da licitação em favor da referida empresa”.
Já a Esplanada e seu proprietário afirmaram, também por meio de nota, que “não participaram, nem participam, de conluio ou prática ilícita, tampouco possuem vínculo com supostos grupos criminosos envolvidos em fraudes licitatórias”.
Eles ainda reforçaram que “o certame recentemente vencido pela empresa foi conduzido de forma legal e transparente, sem qualquer irregularidade, como já atestado formalmente pelo Ministério da Gestão e da Inovação e pela Controladoria-Geral da União”.
Como destaca o Estadão, apesar das suspeitas e da deflagração da operação policial, o governo decidiu manter a contratação da empresa investigada. E mais: Cidade no Espírito Santo cobra ingresso para festa de aniversário da cidade. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Estadão)