De acordo com reportagem de hoje (30) do Estadão, o embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, solicitou uma reunião com Celso Amorim, assessor de relações internacionais do governo Lula, para debater as críticas dirigidas pelo Planalto e pelo Itamaraty ao governo de Maduro. Este movimento ocorreu após Caracas vetar a inscrição da candidatura da opositora Corina Yoris à presidência em 25 de março.
Corina foi indicada por María Corina Machado, uma das principais líderes da oposição, para concorrer nas eleições de 28 de julho, após o regime barrar Machado de participar de disputas eleitorais por 15 anos. Maduro havia se comprometido, no chamado ‘Acordo de Barbados’, mediado pela Noruega e apoiado por Brasil, União Europeia e Estados Unidos, a realizar eleições ‘livres e justas’, com participação da oposição. Contudo, esse acordo não foi cumprido, como se viu nesta semana mais uma vez.
Após a demonstração de força de María Corina nas primárias da oposição em dezembro, Maduro intensificou a repressão, detendo opositores e dissidentes venezuelanos, além de inabilitar sua rival e impedir a candidatura de sua sucessora.
Na terça-feira (26) pela primeira vez desde que Lula retornou ao Planalto, o governo brasileiro criticou abertamente a ditadura venezuelana por meio de uma nota do Itamaraty. O comunicado destacou que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, foi impedida de registrar-se, o que contraria os acordos de Barbados. Clique AQUI para ver.
Maduro respondeu com firmeza, também por meio de uma nota da chancelaria venezuelana, criticando o comunicado brasileiro. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, afirmou que o comunicado parecia ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos EUA, demonstrando profundo desconhecimento sobre a realidade política na Venezuela. Clique AQUI para ver.
Na quinta-feira (28), ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula considerou grave o veto à inscrição de Corina Yoris. Ele expressou sua preocupação com o ocorrido, destacando que não há justificativa política ou jurídica para proibir um adversário de ser candidato, referindo-se ao incidente ocorrido no dia da inscrição da candidata. E mais: Presidente do PT firma acordo de ‘intercâmbio’ com Partido Comunista de Cuba. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Estadão)