O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, declarou que as autoridades italianas estão ativamente mobilizadas para cumprir o mandado de prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e atualmente foragida em solo europeu. Segundo Mosca, a ação é parte do compromisso internacional da Itália com a Interpol.
“A polícia italiana já se empenha não somente por reciprocidade diplomática, mas porque ela tem um compromisso com a Interpol de efetuar a prisão, de acordo com a solicitação de inclusão do nome da deputada na difusão vermelha. Isso é realizado em todos os casos, com todos os países”, afirmou o diplomata em entrevista ao jornal O Globo.
Zambelli deixou o Brasil e está na Itália, onde também possui cidadania. Antes de viajar, afirmou acreditar que a dupla nacionalidade a protegeria de uma possível prisão. No entanto, o embaixador brasileiro disse que não há, por parte do governo italiano, qualquer indicativo de que isso impeça a cooperação com o Brasil.
“Não vejo nenhum tipo de movimento no sentido de que uma pessoa que está foragida, condenada com amplo direito de defesa, condenada por um crime comum, seja protegida pela nacionalidade. […] Nossa cooperação é profunda, histórica”, reforçou Mosca, destacando que o tratado de extradição entre os dois países existe há mais de três décadas.
Embora as autoridades italianas ainda não tenham localizado a parlamentar, há indícios de que ela continue na região de Roma. O embaixador ressaltou que, mesmo sem mandado de busca e apreensão, Zambelli pode ser detida desde que esteja em local público ou que não tenha proteção equivalente à de um domicílio, como quartos de hotel.
“Não é que ela só possa ser presa em locais públicos. O que ela não pode é sofrer constrangimento e nenhum tipo de restrição aos seus direitos individuais”, explicou.
Segundo ele, há atualmente 15 pedidos de extradição do Brasil em tramitação com a Itália, todos seguindo os trâmites regulares. A solicitação referente a Zambelli já foi entregue pessoalmente por Mosca ao Ministério das Relações Exteriores italiano.
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