O presidente Jair Bolsonaro conversou com jornalistas na noite desse domingo (9) e falou sobre diversos assuntos. Um deles foi a possibilidade de aumentar o número de Ministros do STF; atualmente a Suprema Corte possui 11 magistrados. Desses, apenas dois foram indicados por Bolsonaro: Nunes Marques e André Mendonça.
“Deixo em aberto. Não é prioridade”, disse o presidente e candidato à reeleição sobre a proposta. “Não tem nada, da nossa parte, concretizado. Nem sequer mandei estudar. Isso depois das eleições a gente vê. Não está descartado. Nem sim, nem não”. Caso seja reeleito, Bolsonaro poderá indicar mais dois ministros para o STF. Isso porque Rosa Weber e Ricardo Lewandowski estão prestes a se aposentar.
Vitória no 2º turno
Bolsonaro afirmou que confia na sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, marcado para 30 de outubro. “Acredito na vitória, acredito em Deus, acredito que o futuro do Brasil, com o nosso governo, com essa equipe técnica que nós temos — que é conhecida e reconhecida por grande parte da população —, possa continuar fazendo seu trabalho, de modo que todos venham a ganhar.”
Pacificação STF
Com a reeleição, o presidente afirmou que pretende ter “uma boa conversa com a senhora Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal”, e que acredita que o assunto vai ser “pacificado”. “O Congresso está pacificado. Essa grande maioria nossa lá permite darmos agilidade em propostas, agilidade naquilo que pretendemos aprovar. E o Judiciário vai fazer o seu papel — obviamente, mais ‘irmanado’ conosco. Chega de problemas, de conflitos, de mostrar quem é mais importante que o outro”, completou.
Maioridade penal e regularização fundiária
O presidente falou ainda sobre outras questões que quer discutir com os novos parlamentares do Congresso Nacional, que tomam posse em 1º de fevereiro de 2023. “Vamos querer mexer na redução da maioridade penal”, afirmou Bolsonaro. Ele defende a redução de 18 para 16 anos na idade mínima para a responsabilização penal e prisão no Brasil.
“Vamos também potencializar a regularização fundiária”, disse Bolsonaro. Segundo ele, isso vai “ser um freio enorme junto àquelas pessoas que ousam tratar o meio ambiente de forma criminosa”. O chefe do Executivo federal disse ainda que não foi possível lidar com o assunto nos dois primeiros anos de seu governo por interferência do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (à época no DEM, hoje no PSDB).
Urnas eletrônicas
Sobre urnas eletrônicas, o presidente afirmou que o assunto está “inteiramente na mão do ministro da Defesa, Paulo Sérgio [Nogueira]”. “O ideal, pelo que eu tenho ouvido falar, é voltarmos com o voto impresso. Mas deixo bem claro: deixa para o futuro isso aí. Porque assim se evita qualquer suspeição de possível manipulação. A desconfiança, a tentativa de aperfeiçoar, no meu entender, isso é bem-vindo, venha de onde vier”, completou, contudo.
Taxa de desemprego
“Estamos abaixo de 9% com a taxa de desemprego no Brasil. Ninguém podia esperar isso, porque realmente foi um ano e meio na verdade muito difícil para o mundo todo — e não foi diferente para o Brasil — na questão da economia. Então a gente fica feliz por ter pessoas competentes, pessoas que se dedicam, assim como o Paulo Guedes [ministro da Economia], obviamente, que indicou o Roberto Campos [presidente do Banco Central].”
Composição ministerial
De acordo com o chefe do Executivo federal, os ministros que saíram para concorrer ao Poder Legislativo podem voltar ao governo, caso queiram. “Os suplentes estão perfeitamente alinhados com o respectivo ministro ou secretário; então, se algum deles quiser reassumir, da minha parte não tem problema. É a continuidade de um trabalho.”
Assista abaixo à entrevista na íntegra