Em mais um dia de nervosismo no mercado global, o dólar superou a barreira de R$ 5,15 e fechou no maior valor desde março. A bolsa de valores caiu pelo segundo dia consecutivo e atingiu o nível mais baixo em quatro meses.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (3) vendido a R$ 5,154, com alta de R$ 0,088 (+1,73%). A cotação chegou a operar próximo da estabilidade no início das negociações, mas disparou após a abertura do mercado norte-americano, até fechar próxima do valor máximo do dia.
Com o desempenho desta terça, a moeda norte-americana acumula alta de 2,53% apenas nos dois primeiros dias úteis de outubro. A divisa cai 2,38% em 2023.
O dia também foi tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 113.419 pontos, no menor patamar desde 5 de junho. Das 86 ações que compõem o indicador, apenas nove subiram nesta terça-feira.
O dólar teve forte alta em todo o planeta após a divulgação de um relatório preliminar que mostra que a economia norte-americana abriu, em setembro, cerca de 1 milhão de vagas a mais do que o esperado. O dado reforçou apostas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) suba os juros antes do fim do ano.
Essa decisão seria tomada como uma medida para controlar a possível aceleração da inflação e estabilizar a economia, o que, por sua vez, impulsionou a valorização da moeda norte-americana em níveis globais.
“Apesar de ser um bom indicador para a população, como a principal missão do Fed é controlar a inflação, este dado acaba pesando negativamente. Quando há muitas pessoas empregadas, a inflação tende a se manter ou até aumentar, tendo em vista o maior quantidade de dinheiro em circulação. Isso acaba pressionando a curva de juros”, contextualiza Elcio Cardozo, especialista em mercados de capitais da Matriz Capital em posicionamento ao portal Info Money.
Nesta terça-feira, as taxas dos títulos de longo prazo do Tesouro norte-americano atingiram o maior nível em 16 anos. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capital de países emergentes, como o Brasil.
Pressão na inflação
Apesar da alta da moeda americana no momento ter mais relação com o mercado externo do que com a a economia brasileira atual, o fator pode ter impactos significativos na inflação no Brasil.
Isso porque quando o dólar se valoriza em relação ao real, os produtos importados se tornam mais caros, o que pode levar a um aumento nos custos de produção e, por consequência, nos preços dos produtos finais.
Além disso, os preços de commodities, como petróleo e alimentos, geralmente são cotados em dólar, e uma taxa de câmbio mais alta pode elevar os custos de matérias-primas, refletindo-se em preços mais altos para os consumidores brasileiros, como nos combustíveis, por exemplo. Para piorar, o pressão do petróleo no mercado externo tem subido forte recentemente.
Além disso, nesta terça-feira, as taxas dos títulos de longo prazo do Tesouro norte-americano atingiram o maior nível em 16 anos. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capital de países emergentes, como o Brasil.
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