Dólar segue disparada e já bate os R$ 6,10; Euro também sobe

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O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (29), ultrapassando a marca histórica de R$ 6,10, impulsionado pelas reações ao pacote fiscal do governo Lua e ao reajuste na faixa de isenção do Imposto de Renda.

Às 10h16, a moeda norte-americana subia 2,04%, sendo cotada a R$ 6,112. Na véspera, a moeda já havia avançado 1,30%, fechando em R$ 5,990. O Euro também acompanhou o movimento e chegou a R$ 6,44. (a cotação da moeda pode variar ao longo do dia)



A disparada ocorre após o anúncio de medidas que prometem economizar R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026, mas que foram mal recebidas pelo mercado.

A proposta do governo prevê limitar o aumento real do salário mínimo e aumentar a faixa de isenção do IR para R$ 5.000, compensando a perda com a taxação dos chamados “super-ricos” — aqueles que ganham acima de R$ 50 mil mensais.



Analistas destacam que a comunicação das medidas gerou incertezas. “O mercado esperava austeridade fiscal, mas o aumento na isenção do IR gerou cautela”, explica Eduardo Moutinho, do Ebury Bank. A Bolsa também reflete o nervosismo, com queda de 0,32% nesta manhã.

Impactos da alta do dólar
A valorização do dólar frente ao real exerce impactos profundos na economia brasileira, devido à sua influência direta em setores estratégicos como o comércio exterior, a inflação e as contas públicas. O Brasil, por ser uma economia emergente, é particularmente sensível a variações na moeda norte-americana.

1. Inflação e Custo de Vida
O primeiro efeito perceptível da alta do dólar é a pressão inflacionária. O país depende fortemente de insumos importados, como combustíveis, medicamentos e produtos eletrônicos. Assim, a desvalorização do real torna esses itens mais caros, pressionando a inflação. O aumento nos preços de combustíveis, por exemplo, gera um efeito cascata, elevando os custos de transporte e, consequentemente, os preços de alimentos e outros bens de consumo.



2. Impacto no Setor Industrial
Empresas que utilizam componentes importados em seus processos produtivos enfrentam aumento nos custos. Esse cenário prejudica tanto a competitividade interna quanto externa, especialmente para indústrias que não conseguem repassar o aumento de custos ao consumidor final. Por outro lado, setores voltados à exportação, como o agronegócio e a mineração, podem se beneficiar com a valorização das commodities.

3. Contas Públicas e Dívida Externa
A dívida pública brasileira inclui uma parcela significativa denominada em dólar. Assim, a alta da moeda americana aumenta o custo dessa dívida, pressionando ainda mais o orçamento federal. Além disso, a necessidade de maior arrecadação para honrar compromissos pode resultar em aumento de impostos ou cortes de investimentos públicos.



4. Comércio Exterior e Balança Comercial
Embora a alta do dólar favoreça exportadores, ao tornar seus produtos mais competitivos no mercado internacional, ela também encarece as importações. Isso pode melhorar a balança comercial a curto prazo, mas prejudica setores dependentes de insumos estrangeiros, como o farmacêutico e o automobilístico.

5. Política Monetária
O Banco Central pode ser obrigado a intervir para conter a desvalorização do real, seja aumentando a taxa básica de juros (Selic) ou vendendo reservas cambiais. No entanto, o aumento dos juros encarece o crédito e desestimula o consumo e os investimentos, o que pode desacelerar a economia.



Conclusão
A alta do dólar é um fenômeno que traz tanto riscos quanto oportunidades para a economia brasileira. Embora possa impulsionar setores exportadores, os impactos negativos, como a pressão inflacionária e o aumento da dívida pública, exigem atenção do governo e dos agentes econômicos. E mais: SP: EcoRodovias vence concessão da Nova Raposo por R$ 2,1 bilhões. Clique AQUI para ver. (Fonte: Folha de SP)

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