Dólar atinge R$ 6,27 e renova recorde nominal; Ibovespa cai mais de 3%

direitaonline



O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (18) cotado a R$ 6,267, atingindo um novo recorde nominal. A disparada foi impulsionada pelo receio de que o pacote de corte de gastos proposto pelo governo federal seja enfraquecido no Congresso.

A valorização da moeda americana ganhou força após o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciar um corte de 0,25 ponto percentual na sua taxa básica de juros e sinalizar apenas mais duas reduções previstas para 2025.



A Bolsa de Valores de São Paulo também sentiu os impactos. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caiu 3,15%, fechando em 120.769,78 pontos.

Resumo
O dólar registrou uma alta de 2,82% no dia, alcançando R$ 6,267, o maior nível desde 10 de novembro de 2022. Já o dólar turismo subiu 2,30%, chegando a R$ 6,477. Apesar do recorde, o valor não considera os efeitos da inflação.

O mercado está apreensivo com a possibilidade de que o pacote de corte de gastos, já considerado insuficiente por investidores, seja ainda mais desidratado durante as negociações no Congresso. Além disso, a decisão do Fed de reduzir os juros para o intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano piorou o fluxo de investimentos para países emergentes, como o Brasil.



Embora os juros nos Estados Unidos tenham caído, eles permanecem em níveis elevados, o que mantém os investidores mais inclinados a aplicar seu capital no mercado americano, considerado mais seguro. Esse movimento reduz a entrada de dólares no Brasil, pressionando a cotação para cima, mesmo com a Selic em alta.

Além do cenário internacional, a situação interna contribuiu para o pessimismo. O Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com previsão de aumento nas despesas. Entre as medidas, os parlamentares rejeitaram cortes em emendas parlamentares, ampliaram o reajuste do fundo partidário, permitiram gastos de estatais fora do arcabouço fiscal e flexibilizaram o cumprimento da meta fiscal para o próximo ano.



A soma desses fatores, internos e externos, desenha um cenário de desconfiança para o mercado financeiro, pressionando a alta do dólar e provocando quedas expressivas na Bolsa de Valores. E mais: Barroso diverge em julgamento sobre redes sociais no STF. Clique AQUI para ver. (Fonte: UOL)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Ex-ministro afirma que mercado 'despertou' para 'situação insustentável' do Brasil

O economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega analisou nesta quarta-feira (18), durante o programa UOL News, que o mercado financeiro está reagindo de forma negativa à condução econômica do governo, marcada por declarações contraditórias e a fragilidade do pacote de ajuste fiscal. Segundo ele, a alta do dólar […]