Dólar dispara de novo, bate R$ 6,16, e BC anuncia leilão para conter alta

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O Banco Central (BC) voltou a agir no mercado de câmbio nesta terça-feira (17) ao anunciar um leilão à vista com lote mínimo de US$ 1 milhão, cuja liquidação ocorrerá na próxima quinta-feira (19.dez). As propostas foram registradas em um curto intervalo, das 9h36 às 9h41. Clique AQUI para apoiar nosso trabalho independente!

A intervenção aconteceu após o dólar atingir a máxima de R$ 6,16 no dia, mantendo a trajetória de alta que começou pela manhã.

A disparada ocorreu logo depois da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou uma nova elevação da taxa Selic para 14,25% em março de 2025. O BC reforçou a necessidade de medidas mais rígidas para conter a inflação e os riscos econômicos, que se intensificaram nos últimos meses.



Segundo o documento, o cenário inflacionário, que até então apresentava incertezas, passou a ser classificado como “mais adverso”. A percepção dos agentes financeiros sobre o pacote fiscal do governo, segundo o Banco Central, influenciou diretamente “de forma relevante” os preços de ativos, as taxas de juros futuras e a taxa de câmbio.

A instituição ressaltou que a deterioração das projeções exige uma resposta mais firme da política monetária. “A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, afirma o texto.

Pressão sobre câmbio e inflação
O BC destacou que a recente desvalorização do real, aliada à alta das curvas de juros nominal e real, tornou o cenário econômico “mais complexo”. Além disso, a demanda interna aquecida potencializa o repasse da valorização do dólar para os preços no mercado doméstico.



No curto prazo, a inflação deu sinais de deterioração, com os preços dos alimentos sendo os principais responsáveis pela elevação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A autoridade monetária apontou que o ciclo do boi, que elevou os preços das carnes, e a seca prolongada ao longo do ano agravaram a pressão inflacionária.

O BC alertou ainda que esse movimento tende a se estender para os próximos meses devido a mecanismos inerciais da economia. “Com relação aos bens industrializados, o movimento recente do câmbio pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos meses”, destacou a ata.



Além disso, a inflação no setor de serviços segue fora do patamar considerado adequado para cumprir a meta de 3%, com limite de tolerância de 4,5%. A persistência dessa alta reforça o cenário de desafios econômicos que o Banco Central busca enfrentar com maior rigor na condução da política monetária.

Na véspera, o BC já havia realizado dois leilões no mercado de câmbio, mas não conseguiu impedir que a moeda norte-americana fechasse em alta. Clique AQUI para apoiar nosso trabalho independente! E mais: Trump diz que Brasil ‘taxa demais’ e promete ‘reciprocidade’ na imposição de tarifas. Clique AQUI para ver. (Fonte: Poder360)

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