O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira que o setor público consolidado encerrou o mês de junho com um déficit primário de R$ 40,873 bilhões. Em comparação, no mesmo período do ano anterior, o resultado havia sido um déficit de R$ 48,899 bilhões.
O setor público consolidado abrange o governo central (incluindo Previdência, Tesouro Nacional e o próprio BC), os Estados, os municípios e as empresas estatais. Empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, bem como instituições financeiras públicas como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, não são consideradas nesse cálculo.
O resultado de junho mostrou um déficit de R$ 40,188 bilhões no governo federal, enquanto Estados e municípios registraram um superávit de R$ 1,057 bilhão. As empresas estatais apresentaram um déficit de R$ 1,742 bilhão.
No acumulado dos últimos 12 meses até junho, o déficit alcançou R$ 272,203 bilhões, equivalente a 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB). Até maio, esse percentual era de 2,52% do PIB.
Considerando o critério nominal, que inclui despesas com juros, o déficit consolidado do setor público foi de R$ 135,724 bilhões em junho. No mesmo mês do ano anterior, o déficit havia sido de R$ 89,625 bilhões.
O resultado nominal de junho refletiu o déficit primário de R$ 40,873 bilhões, acrescido de despesas com juros de R$ 94,851 bilhões. Nos últimos 12 meses até junho, o déficit nominal totalizou R$ 1,108 trilhão, representando 9,92% do PIB, em comparação aos 9,56% registrados em maio. A conta de juros nesse mesmo período somou R$ 835,748 bilhões, ou 7,48% do PIB, em relação aos 7,04% do mês anterior.
Juros nominais
No acumulado em doze meses até junho deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 835,7 bilhões (7,48% do PIB), comparativamente a R$ 638,1 bilhões (6,06% do PIB) nos doze meses até junho de 2023.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 135,7 bilhões em junho. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou 9,92% do PIB, ficando em R$ 1.108 bilhão, ante déficit nominal de R$ 1.061,9 bilhão (9,56% do PIB) acumulado até maio de 2024.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) fechou junho em 62,2% do PIB (R$ 6,9 trilhões), um aumento de 0,1 p.p do PIB no mês.
“Esse resultado refletiu os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,8 p.p.), do déficit primário (+0,4 p.p.), da desvalorização cambial de 6,1% no mês (-0,7 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,3 p.p.)”, disse o BC.
No ano, o impacto dos juros nominais, de +4,1 p.p., do reconhecimento de dívidas (+0,2 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,7 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial de 14,8% acumulada no ano (-1,6 p.p.) resultou numa elevação da DLSP de 1,3 p.p. do PIB.
Dívida Bruta
Já a Dívida Bruta (DBGG) – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 77,8% do PIB (R$ 8,7 trilhões) em junho de 2024, aumento de 1,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Segundo o BC, esse aumento decorreu principalmente dos juros nominais apropriados (+0,6 p.p.), das emissões líquidas (+0,6 p.p.), do efeito da desvalorização cambial (+0,3 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,4 p.p.).
“No ano, o aumento de 3,4 p.p. do PIB resulta, sobretudo, da incorporação de juros nominais (+3,8 p.p.), da emissão líquida de dívida (+0,9 p.p.), da desvalorização cambial (+0,6 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (-2,1 p.p.)”, informou o Banco Central. E mais: Órgão eleitoral anuncia reeleição de Maduro na Venezuela. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fontes: Valor; EBC)