Um alto funcionário da área de direitos humanos das Nações Unidas (ONU) apresentou sua renúncia devido ao que ele descreveu como “genocídio” em curso na Faixa de Gaza, que a ONU não conseguiu conter.
“Mais uma vez, estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a Organização a que servimos parece impotente para impedi-lo”, justificou.
Craig Mokhiber (foto acima), diretor do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU em Nova York, expressou em uma carta que Gaza se configura como um caso claro de genocídio.
Mokhiber, com experiência na região desde os anos 1990, acusou os Estados Unidos, o Reino Unido e as nações europeias de apoiarem politicamente e diplomaticamente as “atrocidades” cometidas por Israel.
“Nas últimas décadas, partes importantes da ONU se renderam ao poder dos EUA e ao medo do lobby de Israel, abandonando esses princípios e se afastando do próprio direito internacional”, disse.
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Na carta, que ele iniciou com uma declaração reconhecendo que essa seria sua última comunicação oficial no cargo, Mokhiber enfatizou que, após testemunhar genocídios em Ruanda, na Bósnia e a perseguição aos civis Rohingya em Mianmar, a ONU repetidamente falhou em evitar genocídios. Ele concluiu afirmando que “Mais uma vez, estamos falhando, Alto Comissário”. A carta foi dirigida a Volker Turk, chefe dos direitos humanos da ONU em Genebra.
“O mundo está assistindo. Todos nós seremos responsáveis por nossa posição nesse momento crucial da história”, alertou, ao se despedir. Parte de sua crítica se refere ao fato de a ONU ter sucumbido às pressões políticas.”.
Segundo o ex-diretor, porém, a ONU não tem coragem de dizer que de fato ocorre um genocídio. “Trabalhei nesses corredores durante os genocídios contra os tutsis, os muçulmanos bósnios, os yazidis e os rohingyas. Em todos os casos, quando a poeira baixou sobre os horrores perpetrados contra populações civis indefesas, ficou dolorosamente claro que havíamos falhado em nosso dever de cumprir os imperativos de prevenção de atrocidades em massa, de proteção dos vulneráveis e de responsabilização dos perpetradores”, escreveu.
O secretário de imprensa do secretário-geral da ONU confirmou a aposentadoria de Mokhiber, que entrará em vigor a partir de terça-feira (31).
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