Partidos de direita venceram a eleição realizada ontem (7) para definir os 50 integrantes do Conselho Constituinte do Chile. Os conselheiros terão o apoio de 24 especialistas designados pela Câmara e pelo Senado para redigir a proposta para uma nova Constituição do país.
Após as eleições desse domingo, o Partido Republicano (PLR), de direita, conquistou a maioria política e passou a ser o grupo com maior representatividade dentro daquele que será o Conselho Constitucional , órgão responsável pela elaboração da nova proposta de Constituição Política.
A entidade presidida por José Antonio Kast obteve 22 assentos na câmara, superando inclusive o número necessário para ter capacidade de vetar regulamentos (21). O ‘bloco conservador’ também inclui o grupo ‘Chile Seguro’ (UDI, RN e Evópoli), que ficou em 3º, com 11 diretores eleitos. Ou seja, no total a direita chilena assegurou 33 nomes.
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Por sua vez, a coalização de esquerda, à qual pertence o presidente socialista do Chile, Gabriel Boric, obteve 17 representantes. Em 4ª lugar ficou a coalizão ‘Tudo para o Chile’ (Todo por Chile), de centro, com 8,95%. O PDG (Partido de la Gente), também de direita, terminou a disputa com 5,48% dos votos. Essas associações (3º e 4º), porém, não terão direito a assentos.
Depois de aprovado a proposta, os eleitores chilenos votarão para confirmar ou rejeitar o novo texto constitucional ainda neste ano.
Nova CF
Após protestos violentos em outubro de 2019, chegou-se a um acordo a 15 de novembro daquele ano, entre as várias forças partidárias chilenas, para iniciar o processo para redigir uma nova Constituição.
O novo texto deverá substituir a Constituição de 1981, instituída durante o período militar por Augusto Pinochet. A esquerda chilena, ao defender uma nova ‘Carta Magna’, argumentava que o texto era o responsável pelos ‘problemas sociais’ o país, além de ter sido criada em um período de repressão.
O Chile
O país tem o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina e do Caribe, em 44º lugar no ranking de 182 países e territórios, segundo ranking da ONU(Pnud). O Brasil aparece apenas na 75ª posição.
Em termos de renda, o Chile ainda está em 59º lugar no mundo e, com uma renda média anual de 14.780 USD, é entre os países de ‘renda alta’.
A violência também é considerada baixa no Chile (ao menos quando se compara com o Brasil). Isso porque o país tem padrões de ‘primeiro mundo’, com apenas 550 homicídios registrados entre janeiro e novembro de 2017. Naquele mesmo ano, o Brasil registrou 65 mil.