O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição dos Brics, anunciou nessa sexta-feira (10) a saída do atual presidente Marcos Troyjo, no cargo desde julho de 2020. Ele deixará o cargo até 24 de março de 2023, apesar de ainda ter mandato vigente. Segundo informações da imprensa especializada, ele teria aceitado renunciar.
A Assembleia de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento elegerá então um novo presidente indicado pelo Brasil, para cumprir o mandato rotativo que expira em 6 de julho de 2025. Após a eleição, o novo presidente toma posse. A indicada pelo governo brasileiro será a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em recente entrevista à CNN, Lula afirmou que, se “depender dele”, Dilma será a nova presidente do banco.
“Se depender de mim, ela vai ser [presidente do banco do Brics]. A Dilma é uma figura extraordinária. Se eu não tivesse sido presidente e, sim, ministro político da Dilma, não teria acontecido o que aconteceu. Acho que faltou um pouco de conversa, de paciência, mas ela é uma mulher extraordinária, digna de muito respeito, e o PT adora ela”.
“Ela é muito competente tecnicamente. Se for presidente do Brics, será uma coisa maravilhosa para o Brics e para o Brasil.”
Com sede em Xangai, o “Banco dos Brics” tem como objetivo financiar obras para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países que compõem o grupo. Ou seja, a ex-presidente terá de se mudar para o país ou ao menos passar boa parte do ano em trabalho por lá. Segundo relatos da imprensa, Dilma resistiu inicialmente a ideia no início justamente por essa questão.
Segundo relatos feitos à CNN, a petista tem tratado do assunto com aliados próximos, entre eles especialistas no país asiático, e tem consumido conteúdo relacionado à história e ao desenvolvimento econômico da China. Clique AQUI para conhecer o site oficial do banco.
Trabalho elogiado
“O Sr. Marcos Troyjo atua como presidente do NDB desde julho de 2020 e tem sido fundamental para o sucesso do NDB”, afirmou a instituição ao anunciar a saída de seu atual presidente, indicado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele trabalhou na concepção e implementação da segunda Estratégia Geral do NDB (2022-2026) e na expansão da carteira de aprovações de projetos do Banco, agora totalizando aprox. US$ 32,8 bilhões desde o início das operações da instituição em 2015.
O NDB conta hoje com quase 100 projetos em países-membros — em setores como energia limpa, infraestrutura de transporte, irrigação, gestão de recursos hídricos e saneamento, desenvolvimento urbano, infraestrutura social e eficiência ambiental.
Durante a gestão Troyjo, o NDB viu a conclusão do capital integralizado de US$ 10 bilhões por seus membros fundadores e introduziu uma nova estrutura organizacional voltada para operações mais complexas e especializadas do setor privado, com foco dedicado ao gerenciamento de portfólio de projetos. A função e a independência da auditoria interna e conformidade foram aprimoradas, uma Divisão de Gestão de Talentos foi estabelecida e o Escritório Regional Indiano do NDB foi lançado.
“O presidente Troyjo melhorou muito o perfil público do NDB por meio de múltiplas interações com instituições de desenvolvimento, grupos de reflexão, universidades, centros de pesquisa e conferências nos países membros e além”, diz a o banco que, em breve, terá o comando de Dilma Rousseff.