O desmatamento anual da Amazônia caiu 11,27% no período 2021/22 em relação 2020/21, de acordo com números oficiais do governo federal divulgados nessa quarta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados apurados são do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais.
Em números absolutos, a área desmatada na Amazônia no último ano foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022. Já em 2020/21, o desmatamento foi de 13.038 km². O órgão sempre faz a análise de agosto a agosto
Nos últimos 20 anos (2002-2022), o índice de maior desmatamento na região aconteceu em 2004, durante o primeiro governo de Lula (PT), quando 27,7 mil km² de mata foram destruídos naquele ano.
Já em relação à média de cada governo, a gestão Bolsonaro tem taxa de desmatamento na casa de 11,3 mil km². A maior mediana de 4 anos é de Lula (PT), com 21,6 mil km² de desmatamento. A justificativa petista para aquele período é que Lula herdou taxas elevadas de desmatamento —acima de 20 mil km²— mas, a partir do segundo ano de seu governo, foram registradas quedas.
Entretanto, a mesma regra não é aplicada a Bolsonaro. Isso porque a Amazônia já vinha com tendências de alta de desmatamento antes mesmo dele assumir, mais precisamente de 2014 para 2015, quando a taxa subiu de 5 mil km² para 6,2 km² de um ano para o outro. De 2016 para 2017 houve nova escalada.
Como se sabe, combater desmatamento na região daquela extensão territorial demanda orçamento adequado. Só em 2022, o governo federal precisou investir R$ 170 milhões contra o desmatamento ilegal e crimes ambientais nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia por meio da Operação Bioma.
Porém, Bolsonaro assume em 2019 com o caixa do governo em dificuldades e, para piorar, enfrentou despesas astronômicas com pandemia e guerra ao longo de quatro anos, isso sem falar no teto de gastos, mecanismo criado no governo Temer que impede o crescimento das despesas, mas que também é uma dificuldade para a realização de ações de emergência como o combate ao desmatamento.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a queda significativa é resultado da Operação Guardiões do Bioma, ação inédita coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública com a participação do Ministério do Meio Ambiente.
Os trabalhos de preservação também envolvem Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Fundação Nacional do Índio (Funai), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e órgãos de fiscalização como Ibama e ICMBio.
A primeira fase da Operação, ocorrida em 2021, reduziu 24% das áreas queimadas. A operação resgatou 1.580 animais, apreendeu 5.848m3 de madeira, 137 maquinários e aplicou 1.607 multas.
A operação Guardiões do Bioma já instalou 6 bases fixas na Amazonia, com foco no combate ao crime organizado, tráfico de animais e contrabando de produtos florestais e alcançou a redução de 21,42% do desmatamento em 10 municípios.
A Operação também combate o garimpo ilegal e na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, onde foram apreendidas 53,7 toneladas de minérios e 37 pessoas foram presas. Também foram retiradas de circulação 162 aeronaves utilizadas em ilícitos ambientais.
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