O saxofonista João Frederico Sciotti, conhecido do público como Derico, relembrou em entrevista ao canal Splash, do UOL, a maneira como a TV Globo conduziu a despedida de Jô Soares. Amigo pessoal e parceiro de palco do apresentador por 28 anos, o músico lamentou a forma com que a emissora encerrou o ciclo do comunicador, que ele considera essencial para a história da televisão brasileira.
“O fim não pegou todo mundo de surpresa, mas foi triste. Foi muito triste porque eu, particularmente, acho que não era. Eu entendo que tudo tem um começo, um meio e um fim, mas acho que tanto o começo quanto o meio teve um patamar de excelência e de glamour e de elegância, e o fim não teve. Poderia ter tido porque o Jô merecia. Ele merecia esse resguardo e esse carinho, mas não foi bem assim que a coisa aconteceu”, declarou Derico.
Embora reconheça o prestígio que Jô teve durante os anos em que esteve à frente do “Programa do Jô”, o músico acredita que o encerramento da atração foi conduzido de maneira fria, sem o reconhecimento proporcional à trajetória do apresentador.
Segundo ele, a saída foi motivada pela ausência de novos projetos: “Foi chato porque poderia ter ficado um pouco mais no ar, mas a concorrência já não era uma concorrência que o Jô estava a fim de peitar. As oportunidades que a Globo estava dando para que a coisa continuasse já não eram as mesmas”.
Neste sábado (5), Derico se junta aos antigos músicos do programa para uma apresentação especial no Blue Note, em São Paulo. O show “Derico & Sexteto” celebra o legado de Jô Soares, relembrando histórias dos bastidores e trazendo de volta ao palco o repertório do álbum lançado por Jô e o grupo em 1999.
“Qual foi a minha ideia? Pegamos o projeto que fizemos com ele e falei: ‘vamos fazer uma homenagem ao Jô fazendo um show com esse repertório’. É um repertório que ele gostava de tocar, cantar, se preparou muito para fazer esse projeto e realizou. O Jô era um cara realizado, porque tudo que ele se propunha a fazer, ele fazia. É uma homenagem bacana de se fazer, a gente sabe fazer isso e é um show musical com aquela pegada de lembranças, memórias afetivas e trazendo para perto de novo uma lembrança dele, e ele sendo meio que protagonista sem estar presente”, contou Derico.
A formação atual do sexteto conta com Marcinho Eiras, Chico Oliveira, Marcos Romera, Binho Pinto e Marcelo Soares. Dois integrantes originais já faleceram: Rubinho, em 1999, ainda com o programa no ar; e Bira, em 2019, anos após o fim da atração na Globo.
Para Derico, a relação com Jô foi muito além dos palcos — uma parceria profissional que virou amizade para toda a vida. E mais: Atriz relata assalto dentro de táxi: “acontecendo muito”. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: UOL)
