O setor público consolidado do Brasil registrou um déficit primário de R$ 21,3 bilhões em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Banco Central (BC).
O valor superou significativamente as expectativas do mercado, que previa um déficit menor, como apontado pelo Itaú, cuja estimativa era de R$ 12,9 bilhões. A notícia provocou uma reação imediata no mercado financeiro, com o dólar subindo para R$ 5,69 hoje (30) pela manhã.
O déficit primário considera os resultados fiscais da União, estados, municípios e empresas estatais, excluindo o setor financeiro e a Petrobras, e desconsidera o pagamento de juros da dívida pública. O resultado de julho reflete principalmente o déficit de R$ 8,6 bilhões do governo federal, somado aos déficits de R$ 11 bilhões dos estados e municípios e de R$ 1,7 bilhão das empresas estatais.
Apesar do resultado negativo, o déficit de julho deste ano foi menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando o déficit atingiu R$ 35,8 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit chega a R$ 257,7 bilhões, o que corresponde a 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB).
Ao se incluir os juros da dívida pública, o déficit nominal em julho foi de R$ 101,5 bilhões. Isso ocorre em um contexto de seguidos recordes de arrecadação pelo governo federal, que em julho alcançou R$ 231,04 bilhões, um aumento de 9,6% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Outro dado divulgado pelo Banco Central foi a dívida bruta do Brasil, que voltou a subir em julho, atingindo 78,5% do PIB, um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior.
O crescimento da dívida bruta foi influenciado principalmente pelos juros nominais apropriados, que subiram 0,7 ponto percentual, e pelas emissões líquidas, que contribuíram com um aumento de 0,4 ponto percentual. Por outro lado, o PIB nominal teve uma redução de 0,5 ponto percentual, o que também impactou o indicador.
Em contrapartida, a dívida líquida do setor público, que desconsidera os ativos do governo, registrou uma redução, alcançando 61,9% do PIB em julho, um recuo de 0,3 ponto percentual em comparação com o mês anterior.
Esse indicador é frequentemente observado por investidores para avaliar a saúde financeira das contas públicas do país. E mais: STF começa a julgar recursos de plataformas digitais contra decisões de Moraes. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: O Globo)