Em entrevista coletiva na noite dessa segunda-feira (15), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro literalmente destruiu qualquer narrativa da imprensa em relação a ‘depósitos em dinheiro vivo feitos pelo Coronel Cid a Michelle Bolsonaro’.
No fim de semana, o portal de notícias UOL teve acesso ao histórico de conversas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que teria revelado o ‘uso de dinheiro vivo’ para o pagamento das contas pessoais de Michelle Bolsonaro, sem registros da origem desse dinheiro.
Da forma como a reportagem expõe o assunto, fica a impressão de que se trata de valores na casa dos milhões. Entretanto, segundo o advogado Fabio Wajngarten, que integra a comissão que defende o ex-presidente, o total usado para quitar contas ‘descobertas’ nessas conversas foi de R$ 348 (trezentos e quarento e oito reais). Assista abaixo!
Diálogos cabulosos:
348 Reais.
A verdade vence, SEMPRE. pic.twitter.com/xDj91zEwew— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) May 16, 2023
Ainda de acordo com a argumentação apresentada, Cid era encarregado de realizar regularmente saques em dinheiro na agência do Palácio do Planalto, retirando valores da conta pessoal do ex-presidente para cobrir despesas relacionadas à família Bolsonaro. Após cada saque, ele era responsável por apresentar uma planilha detalhada com os gastos e os recibos correspondentes.
Wajngarten forneceu aos jornalistas uma tabela que demonstra os gastos mensais do ex-presidente pagos em dinheiro vivo, através dos saques da sua conta pessoal. Os advogados afirmam que também possuem um livro-caixa que será entregue aos investigadores.
De acordo com a tabela apresentada, os saques mensais da conta pessoal de Bolsonaro iniciaram em fevereiro de 2019 e seguiram até dezembro do ano passado, com exceção de junho de 2020.
A defesa alega que os saques mensais durante os quatro anos de mandato presidencial variaram entre R$ 5.680 (maio de 2020) e R$ 25.350 (abril de 2019), sendo que a maioria dos meses apresentava valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil em dinheiro vivo.
Os valores dos saques mensais, segundo os advogados, aumentaram gradualmente ao longo dos anos de governo. Enquanto a maioria dos meses em 2019 apresentava saques inferiores a R$ 10 mil, todos os meses de 2020 ultrapassaram essa marca.
Ao final de cada ano, foram registrados os seguintes valores em saques da conta pessoal do ex-presidente:
• 2019: R$ 129.160
• 2020: R$ 147.790
• 2021: R$ 171.000
• 2022: R$ 186.300
No total, foram sacados R$ 634.250 da conta pessoal do ex-presidente ao longo de quatro anos. De acordo com o ex-secretário de Comunicação, essa prática foi adotada desde o início do mandato do político do PL como medida de precaução contra possíveis fraudes em sua conta.
Além disso, foi argumentado que o dinheiro em espécie era utilizado para pagar despesas pessoais que não eram permitidas para serem cobradas através do cartão corporativo da presidência, como por exemplo, absorventes íntimos femininos.