O governo presidente Lula (PT) enfrenta um cenário de instabilidade em sua avaliação pública, conforme revelado por uma pesquisa recente do Datafolha.
Realizado na segunda (10) e terça-feira (11), o levantamento ouviu 2.007 eleitores em 113 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. Os números refletem um impacto significativo de crises recentes, como a polêmica envolvendo o Pix e a inflação de alimentos, que têm abalado a imagem do presidente.
A aprovação de Lula caiu drasticamente de 35% para 24% em apenas dois meses, atingindo o menor patamar em seus três mandatos no Palácio do Planalto. Já a reprovação alcançou um recorde de 41%, ante 34% em dezembro passado.
A percepção de um governo regular subiu de 29% para 32%. Essa queda na popularidade ocorre em meio a controvérsias como a fiscalização de transações Pix acima de R$ 5.000, anunciada em janeiro, e declarações do presidente, como a sugestão de que as pessoas evitassem comprar alimentos caros, interpretada como desinteresse pela oposição.
O declínio é especialmente notável entre grupos específicos. Entre os que ganham até dois salários mínimos, que representam 51% da amostra, a aprovação despencou de 44% para 29%, com margem de erro de três pontos.
Entre os eleitores com ensino fundamental (33% da amostra), a queda foi de 53% para 38%, com margem de erro de quatro pontos. No Nordeste, reduto eleitoral tradicional do PT, a aprovação recuou de 49% para 33%, numa região que concentra 26% do eleitorado, também com margem de erro de quatro pontos.
Entre os eleitores de Lula no segundo turno de 2022, a aprovação caiu 20 pontos, para 46%, enquanto a reprovação quase dobrou, de 7% para 13%, e a percepção de regularidade subiu de 27% para 40%, com margem de erro de quatro pontos.
Em termos de saldo de aprovação, Lula mantém margem positiva apenas entre os menos escolarizados (dez pontos) e, de forma tímida, entre nordestinos (três pontos).
Já os piores desempenhos estão nas faixas de renda acima de dois salários mínimos, com saldos negativos de 33 pontos (de 2 a 5 e de 5 a 10 salários) e 45 pontos (acima de 10 salários), com margens de erro de 4, 8 e 12 pontos, respectivamente. Antes dessa queda, o terceiro mandato de Lula, iniciado em 2023, apresentava certa estabilidade, com média de 36% de aprovação e 31% de reprovação em nove pesquisas do Datafolha.
Resumo:
– Aprovação do presidente Lula caiu de 35% para 24% em dois meses, atingindo o menor nível em seus três mandatos.
– Reprovação de Lula aumentou de 34% para 41%, um recorde histórico.
– Percentual de eleitores que consideram o governo regular subiu de 29% para 32%.
– Pesquisa do Datafolha foi realizada na segunda (10) e terça-feira (11), ouvindo 2.007 eleitores em 113 cidades.
– Queda na popularidade é atribuída a crises como a fiscalização de transações Pix acima de R$ 5.000, anunciada em janeiro.
– Inflação de alimentos é um foco de preocupação, agravado por declarações de Lula, como a sugestão de evitar comprar alimentos caros.
– Aprovação entre eleitores com renda até dois salários mínimos (51% da amostra) caiu de 44% para 29%, com margem de erro de três pontos.
– Entre eleitores com ensino fundamental (33% da amostra), aprovação caiu de 53% para 38%, com margem de erro de quatro pontos.
– No Nordeste (26% do eleitorado), aprovação recuou de 49% para 33%, com margem de erro de quatro pontos.
– Entre eleitores de Lula no segundo turno de 2022, aprovação caiu de 66% para 46%, reprovação subiu de 7% para 13%, e percepção de regularidade foi de 27% para 40%, com margem de erro de quatro pontos.
– Saldo de aprovação é positivo apenas entre menos escolarizados (+10 pontos) e nordestinos (+3 pontos).
– Piores saldos de aprovação estão nas faixas de renda de 2 a 5 salários (-33 pontos), 5 a 10 salários (-33 pontos) e acima de 10 salários (-45 pontos), com margens de erro de 4, 8 e 12 pontos, respectivamente.
– Terceiro mandato de Lula, iniciado em 2023, tinha média de 36% de aprovação e 31% de reprovação em nove pesquisas anteriores do Datafolha.
– Pior avaliação anterior de Lula foi de 28% de ótimo/bom em outubro e dezembro de 2005, durante a crise do mensalão, em seu primeiro mandato (2003-2006).
– Maior índice de ruim/péssimo anterior foi de 34%, registrado em dezembro passado.
