Em artigo divulgado nesta segunda-feira (26), Mary Anastasia O’Grady, editora e membro do conselho editorial do The Wall Street Journal, divulgou artigo com críticas a Lula e ao STF. Ela escreve para o jornal americano sempre às segundas-feiras e discorre sobre política e economia na América latina e Canadá.
“O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio “Lula” da Silva, toma posse em 1º de janeiro, iniciando seu terceiro (não consecutivo) mandato de quatro anos. Como um autodenominado defensor dos pobres, ele enfrenta o desafio das baixas previsões de crescimento para os próximos dois anos e a pressão inflacionária causada por gastos excessivos do governo”, inicia seu texto.
Na sequência, diz que Lula, a quem chama de ‘co-fundador do Foro de SP ao lado de Fidel Castro’, está telegrafando sua intenção de deixar os gastos públicos ‘rasgarem’, deter a privatização e reverter as reformas destinadas a conter a corrupção.
Ela também lembrou que os “moderados que apoiaram sua candidatura, como o ex-presidente do Banco Central e falcão fiscal Armínio Fraga”, agora se dizem parecem surpresos.
Em entrevista à Globo News em novembro, Fraga disse: “Não me arrependo do meu voto, mas estou preocupado”. “Junte-se à multidão”, ironiza ela, lembrando que a lista daqueles que acreditaram na ‘frente ampla’ é gigante.
Mary segue, então, seu artigo apontando críticas ao STF: “Infelizmente, um presidente populista do Partido dos Trabalhadores que promete abrir caminho para a prosperidade nacional não é a única coisa que os brasileiros temem. Uma ameaça maior é a Suprema Corte de 11 membros, que está extrapolando sua jurisdição e desrespeitando o estado de direito por razões políticas sem consequências. Uma coisa é um ramo coigual do governo guardar zelosamente suas próprias prerrogativas. Mas quando a mais alta corte se torna aliada de políticos ideológicos e corruptos, a democracia corre um grave perigo. O Brasil chegou a esse momento”.
Ela volta a 2019 para relembrar a decisão do STF de soltar Lula: “A decisão da Suprema Corte brasileira de 2019 – por uma estreita maioria – para libertar o Sr. da Silva da prisão chocou a nação. As provas contra Lula eram sólidas e sua condenação havia sido confirmada por dois tribunais de apelação. Mas o tribunal superior reverteu seus próprios precedentes e anulou a decisão. Ele sabia que o estatuto de limitações não deixava tempo para um novo julgamento. Lula foi solto, mas nunca exonerado.”
A editora do Wall Street Journal citou as decisões do TSE contra Bolsonaro e seus aliados, classificando o órgão como ‘ministério da verdade’:
“Durante a campanha mais recente, o tribunal eleitoral do país – que incluía três juízes do Supremo Tribunal – censurou os críticos de Lula, incluindo um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, que apontou que o candidato foi libertado por um tecnicismo, mas não foi inocentado. O mesmo tribunal também censurou outros discursos políticos de líderes empresariais, membros eleitos do Congresso e plataformas de notícias e entretenimento da direita. Isso foi feito com a ajuda da “assessoria especial de combate à desinformação” do tribunal eleitoral. Atua como um ministério da verdade”.
Fechando seu artigo, Mary fala sobre a ‘relação’ entre Lula (PT) e o STF a partir de 2023: “Lula é um político esperto e vai querer reconstituir uma rede multipartidária de legisladores que o deixarão fazer o que quiser, desde que os negocie. Tudo indica que o STF está pronto para ajudar usando seu poder, incluindo a ameaça de processo criminal, para pressionar os legisladores que hesitam em cooperar”.
Mary Anastasia O’Grady é conhecida por suas posições em relação ao liberalismo clássico e sua rejeição frontal aos governos de esquerda nas Américas. No final de coluna, ela deixa seu e-mail de editora para que os leitores a escrevam: O’Grady@wsj.com . Clique AQUI para ler o texto em sua versão original, em inglês.
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