Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o coronel do Exército Jean Lawand Júnior negou ter tramado um golpe por ‘troca de mensagens de celula’r com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O coronel estava amparado por um habeas corpus, que lhe dava direito de não responder perguntas que possam incriminá-lo, mas respondeu às perguntas. Parlamentares afirmaram que ele mentiu.
Parlamentares governistas e da oposição apontaram incoerências na versão apresentada pelo coronel do Exército Jean Lawand Junior sobre mensagens trocadas em dezembro passado com o ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
Diante de deputados e senadores, Lawand Júnior classificou como infelizes os trechos de mensagens que revelam uma divisão do Exército no apoio a Bolsonaro, contrapondo o alto comando ao resto da corporação. “Em nenhum momento eu falei sobre golpe, em nenhum momento eu atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento eu quis atentar ou agredir qualquer uma das instituições”, afirmou o ex-subchefe do Estado Maior do Exército.
Em resposta aos questionamentos da relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o militar declarou que o País, com a vitória de Lula (PT) nas eleições, passou a ter ideias antagônicas e disse que, na opinião dele, o então presidente Bolsonaro poderia ter feito uma fala de apaziguamento.
Durante o depoimento, o coronel ressaltou que, caso houvesse uma convulsão social provocada pela parcela da população descontente com o resultado das eleições, a culpa poderia ser atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Sobre a mensagem de que “teria que ser o povo” a tomar uma atitude, ele negou que estivesse se referindo a um golpe e explicou o teor do texto. “É o povo que vai ter que se conscientizar de que não vai haver uma ordem presidencial, não vai ser atendido naquilo que pleiteia e vai ter que voltar para casa”, afirmou o coronel.
Piores (ou melhores) momentos
Como toda sessão da CPMI do 8 de Janeiro, a audiência rendeu momentos que viralizaram nas redes sociais.
Sem dúvida um deles foi quando o deputado Aliel Machado (PV-PR) perguntou ao ‘coronel’ Jean Lawand Júnior qual era sua patente no Exército. A resposta só poderia ser uma.
Qual a cor do cavalo branco de Napoleão? pic.twitter.com/mGDSx2Ijsq
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) June 27, 2023
Teve também um debate acalorada sobre quem o ‘coronel’ queria ‘caguetar’ durante troca de mensagens pelo WhatsApp. Mas na verdade não era ‘caguetar’. Era ‘cacoete’.
Prezada relatora, Randolfe, obg!
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Pqp!
“O que é cagüete, caguete, cagueta, não entregar ninguém, delatar”.
Hahahahahhahahahahahahahaahahahhahhhahhaha Hahahahahhahahahahahahahaahahahhahhhahhaha Hahahahahhahahahahahahahaahahahhahhhahhaha pic.twitter.com/Rt0QVE1KzH
— Alê 🇧🇷 (@AleOproprio) June 27, 2023
Já o senhor Abilio Brunini (PL-MT) fez perguntas que julgou pertinentes ao Coronel e depois concluiu que ele não praticou golpe. “O senhor prometeu picanha e entregou abóbora”?
#VÍDEO – Deputado Abilio Brunini (PL-MT) questiona coronel Jean Lawand Junior na CPMI do 8 de Janeiro: ‘O senhor está pedindo a censura da Jovem Pan? Saiu falando que Lula é honesto? Prometeu picanha e entregou abóbora? Roubou a Petrobras? Então o senhor não praticou um golpe’ pic.twitter.com/hX1QdHzAtl
— Gazeta Brasil (@SigaGazetaBR) June 27, 2023
Já o deputado Arthur Maia, do União Brasil, sigla de Soraya Thronicke, acabou confessando, na frente da Senadora que foi candidata em 2022, que votou em Bolsonaro também no primeiro turno.
🔴 Ato falho: Arthur Maia diz que votou em Bolsonaro, diante de Soraya Thronicke pic.twitter.com/ALpw2WgE0R
— Metrópoles (@Metropoles) June 26, 2023
Por fim, novamente o deputado Abilio Brunini (PL-MT) que acompanhou bem de pertinho a fala do colega durante a CPMI.
😂😂😂😂😂😂 meu nome é Abílio @abiliobrunini pic.twitter.com/fUPYnG6Ykn
— Thaismuquici o retorno! (@thaismuquici2) June 27, 2023