O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (9), o parecer que recomenda a cassação do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), acusado de quebrar o decoro parlamentar. A votação terminou com 13 votos favoráveis à perda de mandato e cinco contrários.
O caso envolve um episódio ocorrido em abril de 2024, quando Glauber expulsou, com empurrões e chutes, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) das dependências da Câmara. A atitude gerou grande repercussão e motivou a denúncia apresentada pelo Partido Novo.
Durante a sessão do Conselho, marcada por manifestações e gritos de apoiadores, o deputado anunciou que entraria em greve de fome até a conclusão do processo no plenário. A decisão final sobre a possível cassação caberá aos 513 parlamentares da Casa — são necessários pelo menos 257 votos favoráveis para que ele perca o mandato.
Antes de chegar ao plenário, Glauber ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisará eventuais aspectos formais do processo. A data da votação no plenário ainda não foi definida.
O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), defendeu a cassação com base nas imagens e depoimentos colhidos, afirmando que não restavam “dúvidas” sobre as agressões cometidas por Glauber.
O deputado do PSOL, no entanto, contesta a imparcialidade do relator, dizendo que o parecer já estaria “pronto” antes mesmo da análise do caso. Ele também acusa o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de atuar nos bastidores do processo como forma de retaliação, após denúncias feitas por ele envolvendo a distribuição de emendas parlamentares.
Em entrevista ao g1, Glauber afirmou que o processo é uma tentativa de silenciar suas críticas ao chamado “orçamento secreto”: “Usam esse episódio como desculpa para calar quem denuncia os escândalos da velha política.”.
Durante a audiência, houve bate boca entre parlamentares alinhados ao governo Lula e a oposição. Veja abaixo a manifestação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). E mais: Fuga de dólares do Brasil em março tem pior saldo desde 1982. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: G1)
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