Condenada pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro, Cristiane de Silva, de 33 anos, foi deportada dos Estados Unidos e desembarcou na tarde deste sábado (18) em Fortaleza (CE), após ter sido detida por imigração irregular no Texas. Assim que chegou ao país, foi levada à sede da Polícia Federal na capital cearense.
Cristiane, que trabalhava como garçonete e é natural de Balneário Camboriú (SC), possui um mandado de prisão expedido pelo STF, que a sentenciou a um ano de reclusão. A pena, inicialmente, havia sido convertida por Alexandre de Moraes em medidas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, multa e participação em curso sobre democracia.
Ela foi detida em 9 de janeiro de 2023, dentro do Quartel-General do Exército em Brasília, um dia após os atos daquele ano. Em depoimento, negou envolvimento: “Eu me arrependo, sim, porque eu fui lá para conhecer e acabei… estou sendo injustiçada por algo que eu nem cometi”, declarou à reportagem do UOL.
Ainda em solo americano, antes de ser deportada, Cristiane falou com o portal por chamada de vídeo a partir do centro de detenção de El Paso. Disse que não aceitou o acordo de não persecução penal proposto pelo Ministério Público em 2024 porque alegava inocência.
Naquele período, ela ainda não havia sido condenada e tinha a chance de encerrar o processo com o acordo. No entanto, decidiu fugir para a Argentina junto de outros investigados.
Após o início das prisões de brasileiros naquele país, em novembro, ela e um grupo deixaram o território argentino, passando por Peru, Colômbia, Panamá e, finalmente, México, onde cruzaram para os Estados Unidos.
Cristiane foi presa em 21 de janeiro deste ano, um dia após a posse de Donald Trump. Outras três brasileiras, também foragidas após os atos em Brasília seguem presas no estado do Texas e enfrentam penas mais duras, entre 14 e 17 anos.