Comandante da FAB quer “investigação completa” e punição em caso de “tentativa de golpe”

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Foto: Lula e o comandante da Força Aérea Brasileira, Marcelo Kanitz Damasceno, durante cerimônia em homenagem aos 150 de nascimento de Alberto Santos Dumont | Foto: EBC



O tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, líder da Força Aérea Brasileira (FAB), reforçou o compromisso com a disciplina militar ao afirmar que qualquer transgressão será punida. Em entrevista ao jornal O Globo, neste domingo (11), ele enfatizou: “Qualquer coisa que fira nossos diplomas disciplinares será punida. Para a Força Aérea, as notícias vieram a confirmar o papel institucional e constitucional de nossa organização”.

“Não tivemos informação nenhuma a respeito disso. Não sabia do que acontecia dentro do Palácio. A Força Aérea foi profissional, focada na sua missão. Nessa mesa aqui (do Alto Comando) não se falava de política. A nossa posição foi de isenção em relação ao governo Bolsonaro. Tivemos uma visão de Estado e devemos isso às posições de nossos ex-comandantes. Mas não dá para fugir da relação com o governo.”, afirmou.

Damasceno também defendeu uma “investigação completa” sobre a suposta participação de militares em uma “tentativa de golpe de Estado” durante as eleições de 2022. Na quinta-feira (8 de fevereiro), a Polícia Federal deflagrou a operação Tempus Veritatis para investigar um grupo que supostamente agia para manter Jair Bolsonaro na Presidência em 2022 por meio de um “golpe”.

Até o momento, nenhum militar da Aeronáutica foi identificado como participante dessa suposta tentativa, afirmou o comandante da FAB. Ele também afirmou não ter conhecimento da reunião de Bolsonaro com integrantes do governo em 5 de julho de 2022.

“Não tivemos informação nenhuma a respeito disso. Não sabia do que acontecia dentro do Palácio. A Força Aérea foi profissional, focada na sua missão”, declarou Damasceno.

O comandante também defendeu a aposentadoria do militar da ativa que se candidatar: “Ao optar em se candidatar, o militar deve ir para a reserva. O normal é não se eleger. E o fato de eles voltarem para a Força fazendo proselitismo político é muito ruim. A Força tem que ser prioridade de cada um. Se eu faço uma opção de ir para a política, isso aqui deixou de ser prioridade. Fez opção, peça as contas e vá para a reserva. Numa democracia, a harmonia entre o senso político e senso de dever profissional é essencial. Você vota em quem quiser. Mas quando coloca a farda, tem que estar focado na missão.”

Outros assuntos abordados na entrevista:
Lula: “A minha relação com o presidente sempre foi muito urbana. Ele tem uma grande preocupação com o reaparelhamento das Forças Armadas”;
Avião presidencial: “O nosso avião que atende ao presidente está com 18 anos. Daqui a pouco, a gente começa um processo de aquisição de outro avião”;
Yanomami: “É necessário um planejamento interagências e interministerial e buscar fazer novas bases dentro ou próximo à área Yanomami”:
Hospital de campanha: “Estou preparando meu pessoal no Rio de Janeiro para que gente possa operar lá. Ainda não houve demanda, mas estamos prontos para ajudar”. E veja também: Por ordem de Moraes, militar que estava nos EUA retorna a Brasília e é preso pela PF. Clique AQUI para ver.

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