O setor de construção pesada, voltado à realização de obras de infraestrutura, deve ajudar a construção civil a manter um processo de crescimento iniciado em 2020. As informações são da CNN, que ouviu especialistas para o quadro CNN Brasil Business, nesta quinta-feira (28).
Diz a reportagem: “Em meio a uma alta de contratos apoiada por uma série de concessões e marcos regulatórios para a área, a expectativa é que o setor substitua a área de habitação e vire o grande motor na construção civil, em especial nos anos de 2024 e 2025, segundo José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic)”.
“Legado” vermelho
Segundo o veículo, a “perspectiva é de uma recuperação de um segmento prejudicado tanto pela crise econômica entre 2015 e 2016 quanto por paralisações ligadas à Operação Lava Jato, em que grandes empresas do setor foram atingidas por investigações e acusações em torno de práticas ilegais de corrupção em contratos”.
Legado Bolsonaro
Ainda de acordo com a CNN, “um estudo anual da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) publicado em dezembro de 2021 estima que que os setores de transporte e saneamento devem receber cerca de R$ 160 bilhões em investimentos até 2026, considerando iniciativas de concessão e parcerias público-privada (PPPs) federais, estaduais e municipais”.
Iniciativa privada
O CNN Business classifica que a entrada da iniciativa privada, facilitada pelo governo federal, foi fundamental para a retoma: “o novo marco do saneamento, aprovado em 2020, permitiu um importante incremento da participação privada, com perspectivas de investimentos da ordem de R$ 60 bilhões em projetos. A expectativa de investimentos entre 2022 e 2026 é de R$ 35,8 bilhões. Já cerca de R$ 124 bilhões seriam ligados a projetos de transportes e logística”.
No ano seguinte, em 2021, foram 60 leilões realizados pelo governo federal, com investimentos firmados na casa dos R$ 334 bilhões e arrecadação de R$ 51 bilhões em outorgas e bônus, envolvendo portos, aeroportos, energia, telecomunicações, ferrovias e rodovias.
Para 2022, o Ministério de Infraestrutura pretende realizar concessão de mais 15 aeroportos, incluindo o de Congonhas, em São Paulo. Neste ano, é expectativa é conceder 50 ativos, com R$ 165 bilhões em investimentos previstos. Nesta quinta-feira, decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes enviaram o Porto de Santos para o projeto de privatização alinhada à construção de um canal submerso ligando as cidades de Santos e Guarujá. Clique AQUI para ver mais.
Por fim, um dos especialistas entrevistados pela reportagem da CNN aponta que grandes projetos apoiados por capital privado impulsionem a construção civil entre 2024 e 2025. Esse mesmo empresário cita medidas do governo como concessões, que devem levar a projetos de estradas, aeroportos, portos e ferrovias, apoiados por capital estrangeiro e realizados por empresas (brasileiras) mais estruturadas no setor.
