Luiz Inácio Lula da Silva ingressou com uma ação judicial contra o ex-ministro Ciro Gomes por declarações consideradas ofensivas à sua honra, feitas em um vídeo divulgado nas redes sociais. A ação é conduzida pela Advocacia-Geral da União (AGU) e tramita na 11ª Vara da Justiça Federal do Ceará.
A juíza do caso deu um prazo de cinco dias para que Ciro prestasse esclarecimentos sobre o caso. O prazo se encerrou na segunda-feira, 2 de junho, sem qualquer manifestação por parte do ex-ministro.
Segundo a petição inicial, a AGU argumenta que Ciro Gomes teria atribuído a Lula a prática de dois crimes, durante críticas feitas à criação do programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado, conhecido como “Crédito do Trabalhador”.
A equipe jurídica do presidente afirma que as declarações extrapolam o campo da crítica política e configuram ofensa pessoal com potencial de abalar a reputação de Lula. O processo agora aguarda os próximos encaminhamentos judiciais, após a ausência de resposta de Ciro no prazo legal.
Após o processo, o ex-ministro se manifestou em tom contundente em seu canal no YouTube. Ciro acusou o chefe do Executivo de utilizar o Judiciário como ferramenta para silenciar opositores, dizendo ser vítima de uma “enorme lawfare” — termo usado para descrever perseguição política por meios jurídicos.
“Agora, finalmente, o maior dos agentes dos agiotas, o presidente Lula, ele mesmo, do alto da sua covardia, entra nesse jogo judicial na tentativa de me calar”, declarou Ciro. O ex-ministro se refere à ação movida por Lula, que alega ter sido ofendido em um vídeo onde Ciro critica o programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado, chamado de “Crédito do Trabalhador”.
Ciro nega qualquer ofensa pessoal e afirma que apenas apontou os fatos. “Não o ofendi em nada. São os fatos — e somente eles — que o ofenderam”, disse, acusando o governo de transformar os pobres em “ativos financeiros”. Segundo ele, aposentadorias, benefícios sociais e dados pessoais estão sendo negociados com bancos em um esquema que ele considera perverso: “A pobreza virou um ativo a ser explorado politicamente e financeiramente.”
Ainda em sua fala, Ciro mencionou investigações da Polícia Federal que, segundo ele, apontam para fraudes e juros abusivos em empréstimos consignados, principalmente voltados a aposentados.
“Não me calarei. Não podem me intimidar. Quem não tem rabo preso nem pretende ser candidato a mais nada, pode lutar até o último dia da vida”, concluiu.