Desde o início da semana, o Rio Grande do Sul enfrenta uma sequência de temporais que tem deixado um rastro de destruição em diversas regiões. A atualização mais recente da Defesa Civil estadual, divulgada nesta sexta-feira (21), mostra que o número de municípios impactados pelas chuvas subiu para 107.
A instabilidade climática, que teve início na segunda-feira (16), tem castigado principalmente a região central do Estado, onde já choveu mais de 200 milímetros nos últimos cinco dias, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em cidades como Cachoeira do Sul, o volume superou a média mensal de 134 mm, enquanto em Porto Alegre a média histórica é de 115 mm, conforme a Climatempo.
O total de pessoas que precisaram deixar suas casas devido às enchentes subiu para 6.535. Destas, 4.515 estão desalojadas — ou seja, abrigadas com amigos ou familiares —, e outras 2.020 foram levadas para abrigos. Três mortes já foram confirmadas, a mais recente registrada em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. Uma pessoa continua desaparecida.
Por enquanto, apenas o município de Jaguari teve a situação de calamidade pública reconhecida, com 700 moradores atingidos. Outros dez municípios decretaram situação de emergência: Dona Francisca, Cerro Branco, Agudo, Nova Palma, Cruzeiro do Sul, Passa Sete, São Sebastião do Caí, Cacequi, Rosário do Sul e Tupanciretã.
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Em Porto Alegre, o Guaíba superou a cota de alerta tanto na medição feita no Cais Mauá (2,47 m, acima dos 2,30 m do limite), quanto na Usina do Gasômetro (3,02 m, sendo o alerta de 3,00 m), de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A Defesa Civil alertou para o risco elevado de alagamentos.
Como medida preventiva, a prefeitura da capital iniciou o fechamento de três das 14 comportas do sistema de contenção contra enchentes. As passagens 11, 13 e 14, localizadas no dique da Avenida Castelo Branco, na zona norte, começaram a ser lacradas com “bags”, sacos de areia e argila.
Na Região das Ilhas, o nível da água seguia subindo na Ilha da Pintada durante a tarde desta sexta. Por volta das 15h30min, a marca era de 2,10 m na Rua Nossa Senhora da Boa Viagem, a apenas 10 cm do ponto de transbordamento. Apesar disso, “não há, por ora, necessidade de evacuação”, conforme a Defesa Civil.
“Devemos atingir o pico até amanhã de manhã. Ainda há uma condição desfavorável do vento Sul aqui em Porto Alegre. Mas não é um vento forte e o represamento não é significativo. Amanhã devemos ter a fluidez pela Lagoa dos Patos”, afirmou o coronel Evaldo Rodrigues, coordenador da Defesa Civil, ao jornal Zero Hora.
No interior, o Rio dos Sinos ultrapassou o limite de inundação em São Leopoldo (4,59 m), ativando o plano de contingência da prefeitura. No entanto, não foi necessária a retirada de moradores. Já o Rio Gravataí, em Gravataí e Alvorada, atingiu a cota de alerta de 4,60 m — próximo ao limite de transbordamento, que é de 4,75 m.
As cidades de Alegrete, Manoel Viana e São Borja seguem com níveis acima da cota de inundação. Uruguaiana, Itaqui e Dom Pedrito também entraram em alerta, com elevação nos rios locais.
Em Cachoeira do Sul, o Rio Jacuí atingiu 26,50 m na noite de sexta, igualando a segunda maior cheia registrada na cidade, a de 1941. O recorde ainda é de maio de 2024, com 29,55 m.
Por outro lado, houve recuo nas medições dos rios dos vales do Caí e Taquari. Em Lajeado e Estrela, por exemplo, o nível atual é de 17,30 m, bem abaixo dos 22,63 m registrados no auge da enchente, na manhã de quinta (19). (Foto: EBC; Fonte: Zero Hora)
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