Pela primeira vez, o governo da China reconheceu publicamente que a soja brasileira pode substituir os grãos provenientes dos Estados Unidos no abastecimento interno. A declaração foi feita nesta segunda-feira (28/4) por Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país.
Segundo Zhao, o fornecimento de grãos na China não será afetado pela redução nas importações de produtos forrageiros e oleaginosas norte-americanas, uma vez que existem alternativas no mercado internacional e reservas suficientes no país.
“Grãos americanos como soja, milho e sorgo podem ser facilmente substituídos, e os suprimentos no mercado internacional são bastante suficientes. Mesmo sem a compra de grãos forrageiros e oleaginosas dos EUA, não haverá impacto significativo no fornecimento de grãos da China”, declarou Zhao, conforme noticiou a Bloomberg.
O posicionamento ocorre em um momento de aumento nas importações chinesas de soja da América do Sul. De acordo com a Bloomberg, as remessas do Brasil, Argentina e Uruguai devem ultrapassar 30 milhões de toneladas entre abril e junho, o maior volume já registrado nesse período. Esse movimento reflete a estratégia chinesa de diversificar seus fornecedores desde o início da guerra comercial com os EUA, iniciada durante o governo de Donald Trump.
Embora a colheita brasileira tenha enfrentado atrasos este ano, impactando a logística e obrigando esmagadoras chinesas a suspender temporariamente suas atividades, a expectativa é de normalização com o avanço das entregas. O centro de informações agrícolas da China, em artigo assinado por Yin Ruifeng, destacou que o abastecimento deve se estabilizar com a chegada dos novos carregamentos.
Ainda segundo a Bloomberg, a recente escassez pressionou o mercado de farelo de soja na China, levando os preços em Dalian ao maior nível desde dezembro de 2023. Os estoques de farelo nos portos chineses também diminuíram, atingindo o menor patamar em cinco anos. E mais: Brasil terá camisa II vermelha na Copa, revela site especializado. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: UOL; Bloomberg)