China acusa EUA de violar acordo comercial

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As tensões entre China e Estados Unidos voltaram a crescer nesta segunda-feira (2), após o Ministério do Comércio chinês acusar Washington de romper o acordo firmado entre as duas potências em maio, durante conversas em Genebra, sobre o comércio de minerais. A queixa foi divulgada em nota oficial do governo chinês, que também prometeu tomar “medidas firmes” para proteger seus interesses.

“Os EUA insistiram em seguir seu próprio caminho e continuaram a prejudicar os interesses da China. A China continuará a tomar medidas firmes e resolutas para salvaguardar seus direitos legítimos”, declarou o ministério, conforme destacou a reportagem.

Os chineses alegam que vêm cumprindo sua parte no acordo, enquanto os Estados Unidos teriam adotado “uma série de medidas discriminatórias e restritivas” que, segundo Pequim, “minaram o consenso de Genebra e prejudicaram os direitos e interesses legítimos da China”.

A irritação do governo chinês ocorre dias após o presidente Donald Trump afirmar que a China “violou totalmente” o acordo, devido ao ritmo considerado lento na liberação de exportações de minerais raros — essenciais para a indústria tecnológica — desde o compromisso firmado em 12 de maio.

O entendimento firmado em Genebra previa a redução temporária das tarifas de importação — que haviam chegado a 145% — com o objetivo de permitir a retomada do fluxo comercial de terras raras e ímãs de uso industrial para os Estados Unidos.

Entre as medidas recentes adotadas por Washington e criticadas por Pequim estão “advertências contra o uso de chips da Huawei no mundo todo, a suspensão da venda de softwares de design de chips para empresas chinesas e o cancelamento de vistos para estudantes chineses”, conforme relatado pelo Ministério do Comércio da China.

Do lado americano, autoridades têm cobrado insistentemente o cumprimento integral do acordo. Até o momento, a China teria autorizado quase uma dúzia de embarques de terras raras aos EUA. Contudo, “dezenas de outras solicitações estavam em compasso de espera”, informou uma fonte ligada ao governo americano.

Em entrevista à CBS no domingo (1º), o secretário do Tesouro, Scott Bessent, comentou o impasse: “O fato de estarem retendo alguns dos produtos que concordaram em liberar no acordo — talvez seja uma falha no sistema chinês, talvez seja intencional — vamos saber depois que o presidente conversar com o líder do partido”. Ainda assim, Bessent demonstrou otimismo quanto a uma possível solução: “Estou confiante de que Trump e Xi serão capazes de resolver as divergências sobre as terras raras em uma próxima ligação telefônica”.

Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores da China não confirmou se essa conversa entre os líderes irá ocorrer. A Casa Branca já mencionou, em ocasiões anteriores, a possibilidade de uma ligação entre Trump e Xi Jinping, mas ela ainda não se concretizou.

O aumento das tensões teve reflexos imediatos no mercado financeiro asiático. Conforme a reportagem, “o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,8%, enquanto o Nikkei 225 do Japão recuou 1,3%”.

Já o renminbi offshore teve leve queda de 0,1%, sendo cotado a 7,21 por dólar. As bolsas da China continental estavam fechadas nesta segunda-feira devido a um feriado nacional. E mais: PL procura novos “puxadores de votos” em São Paulo para 2026. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: Folha de SP)

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