Câmara de SP aprova criação de ‘CPI das ONGs’, que mira padre Júlio Lancellotti

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Dezembro, 2023: Júlio Lancellotti (de azul) em evento do governo Lula para lançamento do ‘Plano Ruas Visíveis’



O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil), ex-Movimento Brasil Livre (MBL), obteve o respaldo de seus colegas para aprovar a criação da ‘CPI das ONGs’ na Câmara municipal. A iniciativa, que conseguiu 25 assinaturas, foca na atuação do padre Júlio Lancellotti, da Paróquia de São Miguel Arcanjo, que desempenha atividades na Cracolândia, região central da capital.

A expectativa é que a comissão seja instalada após o término do recesso, em primeiro de fevereiro, conforme divulgado inicialmente pelo jornal “A Folha de S.Paulo”. O requerimento inicial visa, principalmente, duas entidades que operam na região: o ‘Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto’ (Bompar) e o coletivo ‘Craco Resiste’.

Rubinho Nunes acusa o padre de estabelecer parcerias com essas entidades e, em declarações ao jornal GLOBO, o vereador alegou receber “inúmeras denúncias” sobre a atuação de várias ONGs no Centro de São Paulo. Ele aponta que essas organizações fornecem alimentos, mas não prestam assistência adequada aos vulneráveis, referindo-se a uma suposta “máfia da miséria” que busca ganhos por meio da boa-fé da população.

“Existe uma chamada máfia da miséria para obter ganhos por meio da boa-fé da população e isso não é ético e nem moral. O padre Júlio é o verdadeiro cafetão de miséria em São Paulo. A atuação dele retroalimenta a situação das pessoas. Não é só comida e sabonete que vai resolver a situação”, declarou o vereador.

Nas redes sociais, Rubinho Nunes classificou Lancelotti como um “servo do petismo” e compartilhou um vídeo do padre em um evento do governo Lula, elogiando o petista e lançando críticas indiretas ao governo Bolsonaro. Assista abaixo!

 

Em outra publicação, Rubinho escreveu: “Quando prefeito, Fernando Haddad criou o BOLSA CRACK! Desde então, o caos na Cracolândia só cresce. Obviamente que tem muitas ONGs e falsos padres, como o padre Júlio Lancellotti, que ganham politicamente com tudo isso. A CPI que estou instaurando na Câmara de SP vai esmiuçar todos os esquemas dessa verdadeira MÁFIA DA MISÉRIA. São Paulo não vai aliviar para o padre do Boulos!!”.

 

Ao ser questionado pela “Folha de S. Paulo”, Júlio Lancellotti negou qualquer relação com as entidades em questão e afirmou não fazer parte da Bompar há 17 anos. Ele argumenta que essas entidades são autônomas e têm suas próprias diretorias, técnicos e funcionários.

Esta não é a primeira vez que o vereador critica publicamente o padre. Em dezembro, ele o convocou para prestar depoimento na Frente Parlamentar em Defesa do Centro. “As ONGs e demais cafetões da miséria vão ter que se explicar”, afirmou Rubinho Nunes na ocasião.

A criação da CPI foi alvo de críticas de parlamentares socialistas, como o deputado federal petista Nilto Tatto (PT), que expressou sua insatisfação no Twitter: “Parece que a cidade de São Paulo não tem nenhum problema que mereça a atenção do vereador”.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) classificou como absurda a CPI para investigar ONGs que acolhem pessoas em situação vulnerável, afirmando que era “obra dos mimados e criados a danoninho do MBL”.

Padre Júlio Lancelotti também inspirou uma recente lei sancionada por Lula que impede a implantação de ‘arquitetura hostil’ em espaços públicos para evitar que moradores de rua se instalem. Clique AQUI para ver mais.


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Fonte: Folha de SP; O Globo
Foto: Agência Brasil

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