Na noite desta quarta-feira (16), o advogado Frederick Wassef foi alvo de uma busca pessoal autorizada pela Justiça, após ter admitido ter viajado para os Estados Unidos e recomprado o relógio Rolex que fora presenteado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a fim de devolvê-lo à União.
Em 11 de agosto, o advogado do ex-presidente Bolsonaro já tinha sido alvo de uma busca e a apreensão pela PF, no mesmo dia em que o pai de Mauro Cid (ex-ajudante de ordem de Bolsonaro).
De acordo com informações do portal G1, a Polícia Federal (PF) localizou Frederick Wassef ontem em uma churrascaria localizada em um shopping na Zona Sul de São Paulo. Durante a ação, o advogado teve seu celular apreendido, e seu veículo foi submetido a uma revista.
Diversos indivíduos presentes no estabelecimento comercial testemunharam o procedimento, no qual Wassef, apesar de visivelmente surpreso, não ofereceu resistência à abordagem policial. A busca pessoal ocorreu após a ausência de Wassef na última sexta-feira (11), quando a PF desencadeou uma operação relacionada ao caso.
Ainda de acordo com a portal da Globo, desde o início da tarde da quarta-feira, quatro agentes do Setor de Inteligência da PF estavam em busca de Frederick Wassef, percorrendo restaurantes na Zona Sul da capital paulista com o intuito de localizá-lo.
O Caso Rolex
O episódio em questão envolve um relógio de luxo da marca Rolex, que foi originalmente presenteado ao então presidente Jair Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita e ao Qatar em 2019.
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o ex-presidente entregasse um kit de joias suíças da marca Chopard, recebido como presente, no prazo de cinco dias. O kit foi devidamente entregue às autoridades.
No entanto, posteriormente, o TCU constatou que o relógio Rolex também fazia parte do conjunto de joias e exigiu a devolução do mesmo. Foi nesse contexto que Wassef viajou para os Estados Unidos, com o propósito de recuperar o relógio.
O relógio Rolex em questão havia sido vendido, juntamente com um Patek Philippe, por US$ 68.000, à Precision Watches, em Willow Grove (Pensilvânia), em junho de 2022. Não foi possível localizar o Patek Philippe.
Inicialmente, Wassef alegou nunca ter tido conhecimento do relógio em questão. No entanto, na terça-feira (15 de agosto), o advogado confessou ter adquirido o Rolex, o que determinou a ação da polícia.
“Usei meu próprio dinheiro para adquirir o relógio. Minha intenção ao comprá-lo era cumprir a decisão do TCU. O dinheiro utilizado na compra é lícito”. Wassef também afirmou que o governo lhe deve R$ 300 mil e que sua ação tinha como objetivo fazer o relógio chegar às mãos do governo.
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