Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que imporá uma tarifa extra de 10% a países que apoiarem as “políticas antiamericanas” do Brics, governos dos países ligados ao bloco reagiram nesta segunda-feira (7) e rejeitaram a acusação. A fala do norte-americano foi publicada no domingo (6), por meio da rede Truth Social.
“Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics pagará uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a esta política. Obrigado pela atenção!”, escreveu Trump, em mais um sinal de tensão diplomática envolvendo o grupo que reúne grandes economias emergentes.
Criado em 2009 com Brasil, Rússia, Índia e China, o Brics passou a incluir a África do Sul em 2010, e, no último ano, admitiu Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos como novos membros.
Rússia
O Kremlin respondeu afirmando que a aliança dos Brics não tem como objetivo confrontar outros países. O porta-voz Dmitry Peskov disse que o governo russo acompanhou as falas de Trump, mas destacou o caráter cooperativo do bloco: “A singularidade do Brics está em reunir países com visões semelhantes sobre o mundo e formas de colaboração baseadas em interesses mútuos. Essa cooperação nunca foi e nunca será voltada contra terceiros”, afirmou.
China
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, criticou o uso de tarifas como forma de pressão. “A China se opõe firmemente à utilização de tarifas como instrumento de coerção. Isso não traz benefícios a ninguém”, declarou em entrevista coletiva.
África do Sul
Em tom diplomático, o governo sul-africano fez questão de enfatizar que não é contrário aos Estados Unidos e reforçou o desejo de firmar um acordo comercial com Washington. Segundo Kaamil Alli, porta-voz do Ministério do Comércio sul-africano, “ainda aguardamos um posicionamento oficial dos EUA sobre o acordo, mas nossas conversas seguem construtivas e positivas. Como já dissemos, não somos antiamericanos”. O presidente Cyril Ramaphosa esteve na Casa Branca em maio para discutir a aproximação comercial com Trump.
Malásia
Parceira recente do Brics, a Malásia adotou uma postura neutra, destacando sua política externa independente. O Ministério do Comércio malaio afirmou que o país não segue alinhamentos ideológicos e que sua prioridade é facilitar o comércio internacional. A Malásia foi reconhecida como parceira do Brics em outubro de 2024, mas não integra o bloco como membro pleno. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: CNN)
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