Entre agosto e setembro deste ano, mais de 600 brasileiros, incluindo 109 crianças, foram deportados do Reino Unido em três voos organizados pelo governo britânico, conforme publicado pelo jornal The Guardian.
Embora o Ministério das Relações Exteriores do Brasil tenha esclarecido que esses casos não envolvem deportações, mas sim “retornos voluntários ao Brasil”, o número de pessoas removidas é o maior registrado em um único período e inclui, pela primeira vez, crianças brasileiras.
O governo britânico classificou as remoções como voluntárias e afirmou que elas fazem parte de um esforço mais amplo para combater a migração ilegal.
O The Guardian reportou que, entre os deportados, havia brasileiros com vistos vencidos, além de crianças que, embora sem status legal no país, já estavam matriculadas em escolas britânicas. O Itamaraty, por sua vez, reiterou que esses voos faziam parte de um “programa de retorno voluntário”, que é uma opção oferecida aos migrantes que desejam retornar ao Brasil.
“O Reino Unido propôs organizar voos de retorno voluntário ao Brasil, por companhias aéreas comerciais, para brasileiros inscritos no Programa de Retorno Voluntário (VRS)”, informou o Ministério das Relações Exteriores, destacando que a iniciativa oferece não apenas passagens aéreas, mas também apoio financeiro para ajudar no restabelecimento dos migrantes em suas cidades de origem.
Uma outra reportagem do UOL revela que o mês de agosto foi o período com maior número de brasileiros removidos do país. No dia 9 de agosto, 411 brasileiros, sendo 73 crianças, foram deportados, e outros 218, incluindo 36 menores, no dia 27 de setembro.
Em números totais, mais de 8 mil migrantes deixaram o Reino Unido entre julho e setembro deste ano, representando um aumento de 16% em relação ao ano anterior.
O governo britânico também oferece incentivos financeiros de até 3 mil libras (aproximadamente R$ 22 mil) para os migrantes que optarem pelo retorno voluntário. Esse valor é depositado em cartões de pré-pago, que são ativados assim que os migrantes chegam ao Brasil.
As autoridades britânicas já haviam anunciado medidas para aumentar as deportações, voltadas principalmente a solicitantes de asilo rejeitados e a pessoas sem visto. No entanto, organizações civis no Reino Unido expressaram preocupação com a elevada quantidade de crianças envolvidas no processo.
A Coalizão de Latino-Americanos no Reino Unido, em entrevista ao The Guardian, alertou para as dificuldades que a comunidade brasileira enfrenta, como barreiras para acesso a informações e assistência jurídica em seu próprio idioma. E mais: Governo avalia ampliar antecipação de benefícios do INSS após teste de 90 dias. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: The Guardian; UOL)
