Durante a recepção aos 32 repatriados da Faixa de Gaza, em Brasília, entre o fim da noite de segunda-feira (13) e madrugada desta terça-feira (14), Lula voltou a equiparar o que fez o grupo terrorista Hamas com a reação de Israel. Ele foi ao aeroporto de Brasília receber os grupo.
“Aos 78 anos de idade, eu já vi muita brutalidade, muita violência, eu já vi muita irracionalidade, mas eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes. Porque se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra, ao não levar em conta que eles não estão matando soldados”, afirmou Lula.
“Certamente [as crianças desaparecidas] estão no meio dos escombros e depois a destruição de tudo que as pessoas levam décadas para construir uma casa, uma rua, um prédio, uma escola, um hospital e depois uma simples bomba detona aquilo”, acrescentou Lula. Assista abaixo!
“O Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo”, diz @LulaOficial.
Presidente fez declaração ao receber brasileiros repatriados da Faixa de Gaza. pic.twitter.com/01Dytwe2hm
— Metrópoles (@Metropoles) November 14, 2023
Também ontem (13) Lula já havia dado uma declaração parecida, que foi rebatida na sequência pela Confederação Israelita do Brasil.
“A fala hoje do presidente Lula equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas é equivocada e perigosa. Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques”, dizia o comunicado da Confederação Israelita do Brasil.”
Em outro trecho, a nota afirmava que o Hamas “se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza”. “A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica”, afirmou a Confederação.
Chegada
Lula recebeu, na madrugada desta terça-feira (14), o grupo de 32 brasileiros e palestinos parentes de brasileiros resgatados da Faixa de Gaza. Ele afirmou que o país continuará tentando buscar todos os que quiserem sair da região do conflito e voltar para o Brasil ou, no caso de estrangeiros, acompanhar os parentes brasileiros.
Junto com Lula, na pista, aguardando os repatriados, estavam Janja, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e os comandantes das Forças Armadas.
Lula recebeu os resgatados na pista, cumprimentou um a um no pé da escada do avião. O primeiro a descer foi Hasan Habee, que ficou conhecido pelos vários vídeos que fazia e encaminhava para a imprensa, com depoimentos frequentes da angústia que passava na Faixa de Gaza, em meio a ataques de Israel.
“Boa noite. Queria agradecer ao presidente, governo federal, Força Aérea e Itamaraty. A gente ficou lá 37 dias, muito sofrimento. Às vezes passamos fome e sede”, disse Habee. “O que está acontecendo lá é um massacre. Minhas filhas ficaram muito chocadas lá. Na primeira e segunda semana a gente mentia [para elas]. A gente falava que essas bombas [jogadas por Israel na Faixa de Gaza] eram de festas de aniversário, mas a gente não conseguiu segurar por muito tempo”, acrescentou ele.
“O que está acontecendo lá é um massacre”, diz repatriado da Faixa de Gaza ao chegar ao Brasil. pic.twitter.com/XkrcazRuJX
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