Na última quarta-feira (15), Júlio César Sales Soeiro, um jovem de 23 anos natural de Machadinho D’Oeste (RO), perdeu a vida durante os intensos confrontos na cidade de Adviivka, na Ucrânia. O Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, confirmou a trágica notícia após o brasileiro ser atingido por um míssil.
Júlio César Soeiro integrava um grupo de voluntários estrangeiros em uma legião internacional formada para auxiliar na defesa do território ucraniano. A região de Adviivka tem sido alvo de ataques das forças russas, o que aumenta a tensão e o perigo para os voluntários que se engajam na resistência.
A irmã de Júlio, Juliana Sales, que reside em Machadinho D’Oeste, relatou a dor da perda em uma postagem em uma rede social. Ela descreveu o irmão como um herói, destacando que Júlio morreu ao tentar salvar um amigo ferido em combate. A emoção transparece em suas palavras: “Como dói, meu Deus! Saber que seu corpo está em uma vala aí nesse campo de batalha. Como eu te implorei pra você voltar, mas você sempre quis ser um herói de guerra! E foi mesmo! Morreu pra salvar um amigo ferido em combate. Infelizmente não vamos poder dar um último adeus, morreu como herói, meu irmão.”
Júlio César Sales Soeiro vivia em Machadinho D’Oeste e decidiu se voluntariar na guerra há mais de sete meses, uma escolha que sua família sempre contestou. Apaixonado por academia e treinamentos militares, o jovem completou 23 anos em julho. Ele trocou mensagens com familiares e amigos na quarta-feira, mas desde então, a família ficou sem notícias até a confirmação da trágica morte.
A notícia da morte de Júlio foi inicialmente divulgada por outros brasileiros que também estão na Ucrânia. Juliana Sales, em entrevista ao g1, afirmou que até a noite da sexta-feira (17), não havia recebido contato do Itamaraty, e a família em Machadinho D’Oeste ainda não tinha recebido qualquer suporte do governo brasileiro quanto aos procedimentos para a liberação do corpo ou pertences de Júlio na Ucrânia.
Em nota, o Itamaraty informou que está ciente da morte de Júlio e tem prestado assistência consular à família. A embaixada brasileira em Kiev irá providenciar o atestado de óbito, mas o traslado dos restos mortais será uma decisão da família, pois, de acordo com a nota, “o traslado de corpos de nacionais que estão no exterior não pode ser custeado com recursos públicos, conforme legislação”.
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