Brasileiro emociona em formatura nos EUA ao lembrar enchentes no RS no discurso

direitaonline

A cerimônia de formatura da Universidade de Richmond, na Virgínia (EUA), ganhou contornos emocionantes com o discurso de Peterson Haas, jovem de 23 anos, natural de Lajeado, no Rio Grande do Sul. Recém-formado em Economia e Bioquímica, o gaúcho foi escolhido como orador da turma e tocou o público ao relembrar as enchentes que devastaram sua cidade em 2023.

“Há um ano, a semana de provas finais não era sobre exames e prazos para mim. Foi sobre assistir à minha cidade natal naufragar no que o The New York Times chamou de a pior enchente da história recente do Brasil. Enquanto as águas subiam, engolindo ruas e memórias, eu estava a milhares de quilômetros de distância agarrado à esperança de que a minha família estivesse segura”, declarou o estudante durante o discurso, que logo viralizou nas redes sociais.

Peterson foi selecionado por meio de um processo interno para representar sua turma na solenidade. Segundo ele, a recepção calorosa foi surpreendente.

“Durante e após o discurso, eu senti que estava satisfeito com minha apresentação, mas não fazia muita ideia de como tinha sido recebido pelos demais. Quando terminou, fui muito bem recebido por outros alunos, familiares, professores e funcionários, entre eles o presidente da universidade”, relatou ao jornal Estadão.

Nas redes sociais, o vídeo do momento ultrapassou 11 mil curtidas e recebeu mais de 1.200 comentários. Para Peterson, o objetivo era ir além de uma simples fala de formatura: queria deixar uma mensagem significativa para todos os presentes, incluindo pais e demais familiares. Ele destacou a importância da resiliência no período universitário e usou uma metáfora potente para isso.

“Um tópico que, na minha opinião, é universal quando se fala de um estudante de graduação é a resiliência. (…) E para fazer uma analogia à resiliência, sendo gaúcho e morador de uma área onde enchentes são recorrentes, nem cogitei em trazer outro exemplo maior que a memória da tragédia do ano passado”, disse.

Peterson ainda lembrou do impacto que teve ao retornar à sua cidade após o fim do semestre: “O trabalho que vi dos voluntários e moradores no momento em que eu cheguei na minha cidade depois da minha última semana de aula do semestre foi inspirador”.

Desde cedo, o jovem mostrava interesse pelo universo acadêmico. Participou de feiras científicas estaduais, nacionais e até internacionais. No segundo ano do ensino médio, teve a chance de fazer um intercâmbio em Engenharia Biomédica em Stanford, o que reforçou sua vontade de estudar fora do país.

Para alcançar o sonho, submeteu candidatura a mais de 20 instituições de ensino superior e contou com o apoio de entidades brasileiras que auxiliam estudantes em processos seletivos internacionais, como a Fundação Estudar e a Brasa.

A história de Peterson é mais que um exemplo de superação pessoal — é também um retrato da conexão profunda que muitos brasileiros mantêm com suas origens, mesmo a milhares de quilômetros de distância. E mais: ‘Carro voador’ previsto para 2026 viraliza com promessa de atingir até 250 km/h. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Estadão)

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