O ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais depois do anúncio de que os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, aplicarão uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Sem fazer referência direta ao aliado norte-americano nem a Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro optou por usar uma citação bíblica para expressar seu ponto de vista sobre o cenário político do país.
“Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme”, publicou Bolsonaro.
A mensagem foi interpretada por seus apoiadores como uma crítica indireta à atual administração brasileira, num momento em que o Brasil se vê no centro de uma crise diplomática e comercial com os Estados Unidos.
A carta de Trump ao governo brasileiro, divulgada pelo próprio republicano, acusa o país de perseguir Bolsonaro e chama o processo judicial contra o ex-presidente de “caça às bruxas”.
Na mensagem, Trump afirma que a forma como o Brasil tem tratado seu ex-presidente é uma “vergonha” e exige o fim imediato dos julgamentos.
O documento ainda menciona a existência de “ordens secretas e ilegais” contra redes sociais em território americano, que, segundo ele, violariam a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA. A sobretaxa de 50% está programada para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
A frase publicada por Bolsonaro — “Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme” — está no livro de Provérbios, capítulo 29, versículo 2, do Antigo Testamento da Bíblia.
Provérbios é uma coletânea de ensinamentos atribuídos majoritariamente ao rei Salomão, filho de Davi, que governou Israel por volta do século X a.C. O livro reúne conselhos práticos, reflexões morais e máximas de sabedoria voltadas para a vida cotidiana, a justiça, o comportamento e o governo.
O contexto do versículo é o da sabedoria prática aplicada ao convívio social e à liderança. A ideia central do Provérbio 29:2 é que a retidão na liderança traz bem-estar ao povo, enquanto a maldade ou a corrupção no poder provoca sofrimento generalizado. É uma mensagem que, ao longo dos séculos, tem sido usada em contextos políticos para criticar governantes ou exaltar modelos de liderança moralmente elevados.
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