Em uma entrevista franca ao New York Times, o ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou suas angústias, teorias e os desafios que enfrenta após sua derrota nas eleições de 2022.
A conversa, marcada pelo tom característico de Bolsonaro, abordou desde sua relação com o ex-presidente Donald Trump até os processos criminais que se aproximam. A seguir, destacamos alguns trechos importantes dessa entrevista.
O entusiasmo com Trump
Bolsonaro começou a conversa com um tom animado, mencionando o convite que recebeu para a posse de Trump, prevista para 2025. “Estou me sentindo como uma criança novamente com o convite de Trump. Estou empolgado. “O gesto de Trump é algo para se orgulhar, certo? Quem é Trump? O cara mais importante do mundo.”
O conflito com o STF e a censura
O ex-presidente afirmou que há uma censura no Brasil liderada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que tem sido uma das maiores dores de cabeça políticas para ele. “As redes sociais decidem eleições,” afirmou Bolsonaro, referindo-se ao impacto das plataformas digitais na política moderna. Ele também criticou os ataques aos conservadores e citou o CEO da Meta: “Estou gostando do Zuckerberg. Bem-vindo ao mundo das pessoas boas, da liberdade.”
Bolsonaro falou sobre a briga de grandes nomes da tecnologia, como Elon Musk e Mark Zuckerberg, que tem se aliado à causa da liberdade de expressão, apontando o crescente apoio global contra as tentativas de censura por governos. “As redes sociais decidem eleições,” insistiu, em alusão às disputas entre plataformas como X (anteriormente Twitter) e o governo brasileiro.
Investigações criminais e possível julgamento
A entrevista também abordou as investigações criminais que pesam sobre Bolsonaro. O ex-presidente está sendo investigado por três acusações graves, incluindo um suposto plano para um ‘golpe’ após a eleição de 2022. “Estou sendo vigiado o tempo todo,” desabafou, indicando que suas ações estão sendo constantemente monitoradas pelas autoridades. “Acho que o sistema não quer me prender; quer me eliminar,” completou.
Ele negou, contudo, qualquer envolvimento em um golpe e disse ter considerado a opção de um estado de emergência após alegar que a eleição foi fraudada. “Não vou negar para você… Mas na segunda conversa, o plano foi abandonado.”
O ex-presidente também se referiu à acusação de que ele teria planejado ‘executar’ adversários políticos, incluindo Lula e Alexandre de Moraes. “Quem fez esse plano tem que responder,” disse Bolsonaro, minimizando o episódio como uma “fantasia” sem fundamento real.
O futuro político
Apesar dos obstáculos legais e políticos, Bolsonaro ainda tem aspirações de retornar ao cenário político brasileiro. Ele se disse preocupado com sua inelegibilidade, após uma decisão do STF que o impede de exercer cargos públicos até 2030.
Apesar disso, ele ainda acredita que pode retornar à política, apoiado por ministros do STF que ele mesmo indicou, que consideram sua inelegibilidade “absurda.”
Bolsonaro também não descartou a possibilidade de apoio aos seus filhos, Flávio e Eduardo, para o futuro político do Brasil, embora tenha deixado claro que só se apoiaria neles caso se mantivessem no Congresso. “Para ser presidente aqui e fazer o certo, você tem que ter uma certa experiência,” disse.
A relação com os Estados Unidos
O ex-presidente afirmou que, caso um retorno político aconteça, seu governo teria como foco o fortalecimento das relações com os Estados Unidos, enquanto se distanciaria da China. “Peço a Deus a chance de apertar a mão dele,” disse sobre o ex-presidente Trump, expressando o desejo de uma proximidade ainda maior com o líder republicano. Clique AQUI para ver na íntegra.