O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em resposta ao SBT, nesse sábado (4), nos Estados Unidos, que está sendo crucificado pela imprensa brasileiro por um presente que ele não recebeu.
A declaração foi em referência à reportagem do Estadão e repercutida por todo mídia sobre as joias que o governo árabe enviou ao presidente e a ex-primeira-dama por meio de um integrante do Ministério de Minas e Energia.
A entrevista ao SBT foi após participação de Bolsonaro na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), em Washington. “Eu estava no Brasil quando esse presente foi ofertado lá nos Emirados Árabes para o ministro das Minas e Energia. O assessor dele que trouxe, num avião de carreira, e ficou na alfândega, eu não fiquei sabendo. Dois, três dias depois a presidência notificou a alfândega que era pra ir para o acerto, e até aí, tudo bem. Nada de mais. Poderia, no meu entender, a alfândega ter entregue via acervo e seria entregue à primeira-dama, o que diz a legislação, ela poderia usar, não poderia desfazer-se daquilo, só isso, mais nada. Eu agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que eu não recebi.”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro ainda afirmou que até o valor do presente foi um presente pra ele e negou ter enviado avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para reaver as joias. “Até o valor daquilo foi uma surpresa pra mim”, disse. “Não mandei nenhum avião da FAB, buscar nada.”, completou o ex-presidente. Segundo o Estadão, as joias teriam valor de R$ 18 milhões.
“Eu vi alguns jornais, de forma maldosa, dizendo que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso. Me acusam, me crucificam por um presente que eu não recebi e nem a primeira-dama”.
Sobre o uso do avião da FAB, também negou o uso de aeronaves. “Não mandei nenhum avião da FAB, porque avião da FAB? Eu não mandei avião da FAB buscar nada. Eu vi uma matéria: o funcionário porque tem estabilidade não entregou. Para de maldade. Eu nunca abusei de autoridade com ninguém. Quando me acusam de cartão corporativo, o meu cartão corporativo particular eu nunca paguei um centavo. Eu nunca paguei um pastel com cartão corporativo. Eu dou agora um extrato do meu cartão corporativo pra vocês”, garantiu.
Indagado sobre a volta ao Brasil, Bolsonaro não deu data, mas disse que “pretendo voltar brevemente” ao país. Assista aos dois vídeos abaixo!
Segundo O Estado de S. Paulo, as joias avaliadas em 3 milhões de euros (quase R$ 18 milhões) foram encontradas por despachantes alfandegários na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que voltava de viagem oficial ao Oriente Médio Leste em outubro de 2021.
Agentes do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apreenderam as joias, já que as pessoas devem declarar qualquer mercadoria com valor superior a US$ 1.000 ao entrar no Brasil, disse o jornal, acrescentando que o governo Bolsonaro tentou, sem sucesso, recuperar as joias várias vezes por meio de funcionários do governo.
Nas redes sociais, Michelle ironizou a reportagem do Estadão e se limitou a comentar: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estou sabendo? Meu Deus! Vocês ão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”.
Ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten usou seu perfil no Twitter para comentar reportagem. Ele classificou a reportagem de “narrativa fantasiosa de milhões”.
“Novamente outra ‘narrativa fantasiosa de milhões’ será amplamente desmascarada. A era dos cliques, a tentativa de destruição da honra e bons costumes das pessoas não pode prosperar da forma como está. Dessa vez não veio de blogs ou pessoas físicas”, escreveu junto com documentos que, segundo ele, comprovariam que o governo Bolsonaro adotou o procedimento correto em caso de presentes recebidos.
Um dos arquivos é a mensagem enviada a governo saudita pelo governo Bolsonaro agradecendo os presentes a Michelle e que eles seriam incorporados à coleção oficial do Brasil. Confira abaixo a sequência de postagens de Wajngarten.
Mais infos:
No termo de apreensão dos bens (presentes presidenciais) constam jóias e uma miniatura de um cavalo.
As joias estavam numa caixa selada que só foi aberta pela receita no aeroporto.
Ninguém sabia o que tinha dentro.
Não é verdade que as joias estavam escondidas. pic.twitter.com/ZClKOZYNcU— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 4, 2023
Ainda em apuração dos fatos:
Me parece verdadeira a matéria abaixo.
Desde quando soube do caso, final do ano passado, o PR determinou que os bens apreendidos fossem enviados ao acervo ou remetidos de volta à Arabia Saudita.
A Dama soube de tudo ontem. https://t.co/vOVNTHo2pq— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 4, 2023
Mais infos sobre o caso das jóias:
Nem a Dama nem o Pr sabiam dos presentes, muito menos do que havia ocorrido quando da chegada do M.Bento e sua comitiva.
M.Bento e sua comitiva receberam no aeroporto na saída caixas ( os presentes ) que só foram abertas pela receita fed aqui.— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 4, 2023
Muitas perguntas:
1- Pr recebe um convite para participar de um evento: Oriente Médio Verde – Arábia Saudita
2- 6/10 agradece, recusa, informa que vai o Ministro Bento.
3- Ministro vai de voo comercial com sua equipe.
4- Ministro recebe presentes que eram para o Pr e Dama.— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 4, 2023