As previsões para a inflação brasileira em 2025 continuam em trajetória ascendente, conforme apontado pelo relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.
O documento, que reúne estimativas de analistas do mercado, reflete um cenário de desafios econômicos, com destaque para a alta nos preços dos alimentos e bens industriais, agravada por fatores como estiagem e câmbio.
A mediana do IPCA para 2025, segundo o Focus, avançou de 5,60% para 5,65%, marcando a 19ª semana consecutiva de aumento. Esse índice está 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta estipulada, que é de 4,50%. Há um mês, a projeção era de 5,50%. Levando em conta apenas as 105 estimativas ajustadas nos últimos cinco dias úteis, o número evoluiu de 5,58% para 5,66%. Para 2026, a expectativa também subiu, passando de 4,35% para 4,40%, na nona semana seguida de alta.
Na mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central alertou sobre um panorama “adverso” no curto prazo, mencionando que “em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”.
O colegiado elevou a Selic em janeiro de 12,25% para 13,25% e sinalizou novo aumento de 1 ponto em março, chegando a 14,25%, como parte da estratégia para conter a pressão inflacionária.
A meta de inflação, que a partir deste ano passa a ser medida de forma contínua em 12 meses, tem como centro 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos. Caso o IPCA ultrapasse esse limite por seis meses seguidos, o BC será considerado fora do alvo.
O horizonte de atuação do Copom está focado no terceiro trimestre de 2026, quando espera uma inflação de 4,0%. Já para 2027, a mediana do Focus segue em 4,0%, enquanto a de 2028 recuou ligeiramente de 3,80% para 3,79%.
No campo dos juros, a Selic projetada para o fim de 2025 permaneceu em 15,0%, estável há sete semanas, mesma tendência observada nas 90 projeções mais recentes. Para 2026, a mediana se manteve em 12,50%, e para 2027, em 10,50%. O Copom justificou os ajustes na taxa afirmando que eles são “compatíveis com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
Economia e Câmbio
A perspectiva para o crescimento do PIB em 2025 ficou em 2,01%, ante 2,06% um mês atrás, enquanto para 2026 permanece em 1,70%.
Já a cotação do dólar ao fim de 2025 caiu de R$ 6,00 para R$ 5,99, quebrando a barreira dos R$ 6,00 pela primeira vez desde janeiro. Para 2026, a projeção segue em R$ 6,00. O BC prevê que a economia crescerá 3,50% em 2024 e 2,10% em 2025, segundo o Relatório Trimestral de Inflação. E mais: Inflação já consome boa parte da renda das famílias brasileiras. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Estadão)