Em 2017, a Rede Globo lançou uma marcante campanha, ostentando que alcançava “100 milhões de uns” todos os dias. Relembre no vídeo na propaganda no fim da reportagem.
No entanto, após seis anos, essa estatística caiu para 76 milhões de espectadores individuais, o que representa uma notável diminuição de 24% na audiência. A própria empresa reconheceu essa perda de alcance durante o evento ‘Upfront Globo 2024’, na última quinta (19), onde Manzar Feres, diretora de ‘Negócios Integrados em Publicidade’, apresentou esse dado.
Essa cifra abrange a audiência combinada de todas as vertentes do Grupo Globo, incluindo o serviço de streaming Globoplay, canais pagos e os sites da emissora. Este número significa que, por ano, a emissora carioca perde 4 milhões de telespectadores.
Se considerarmos apenas a grade de programação da TV aberta, esse número diminui ainda mais para 70 milhões. Vale destacar que o alcance é calculado com base no número de pessoas que assistem à programação por pelo menos um minuto durante o período analisado.
A redução de 24 milhões de telespectadores/usuários, conforme relatado pela Globo, é em grande parte atribuída à crescente competição do mercado, representada pelos serviços de streaming, novos canais, redes sociais e sites. Esse cenário é impulsionado pela expansão das TVs conectadas à internet, agora presentes em pelo menos 60% dos lares brasileiros.
Além disso, durante o Upfront 2024, a Globo divulgou um dado relevante: 84% dos jovens que costumavam assistir a novelas na transmissão aberta migraram para os serviços de streaming, indicando uma mudança de preferência e comportamento dos espectadores, que buscam conteúdo sob demanda e flexibilidade em sua experiência televisiva.
Elas por Elas
Um exemplo de que a emissora já não é aquele monstro de audiência de décadas atrás é sua nova novela das 18h, ‘Elas por Elas’. Há um mês no ar, a trama é considerada pela imprensa especializada um fiasco.
A produção da Globo perdeu 28% do público em relação à estreia e registrou 14,4 pontos, no sábado (21), sendo o mesmo patamar das novelas reprisadas à tarde e o menor registro desde Mar de Sertão (2002).
Fuzuê
A tal ‘Fuzuê’, novela das 19h, também vai mal. Com problemas no ibope, o folhetim atual deixa a Globo desesperada para tentar achar uma solução. A emissora se viu obrigada a colocar um novo escritor para supervisionar a construção da história para tentar reverter a baixa audiência.
‘JN’, de Bonner e Renata
Por fim, o principal produto jornalístico da emissora também vem sofrendo. E se para justificar a perda de audiência das novelas a emissora alega a concorrência dos streamings e internet, para explicar que o Jornal Nacional já não é mais o mesmo fica difícil. Afinal, na Netflix ou na Amazn Prime não há telejornais na programação.
Telejornal de maior audiência da televisão brasileira, o Jornal Nacional perdeu quase metade de seu público nos últimos 20 anos. De 40 pontos de audiência em 2004, o programa hoje tem média de 23.
E com o fracasso das recentes novelas da 18h e 17h, o JN também vem perdendo (ainda mais público) nos últimos meses.
Na segunda-feira (9/10), por exemplo, dia em que a audiência costuma ser mais forte, o jornalístico registrou o pior Ibope desde fevereiro, a segunda marca mais baixa em 33 semanas. Atingiu 24 pontos, mesmo com a cobertura de uma guerra, entre Israel e o Hamas. Em dias mais difíceis, por exemplo, não é raro ver o programa sofrendo com 17, 18 e 20 pontos.
Globo: 100 milhões de ‘uns’
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