O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, enfatizou nesta quarta-feira, 21, que a “má liderança” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resultou na participação de generais das Forças Armadas em palanques políticos, considerando isso como a ‘pior coisa que existe para a democracia’.
Em entrevista à GloboNews, Barroso associou essa politização dos quartéis à Operação Tempus Veritatis. “A pior coisa que existe para a democracia é general em palanque. Acho que houve uma politização indevida a ser lamentada, mas acho que as instituições prevaleceram, conseguimos recuperar a institucionalidade”, disse o Ministro.
Ele também falou que a ‘assombração do golpismo’ foi ressuscitada pelo último governo, destacando que as Forças Armadas haviam adotado uma postura democrática após a promulgação da Constituição de 1988.
“A verdade é que as Forças Armadas no período pós-1988 haviam tido um comportamento exemplar e recuperado o prestígio que eu acho que a instituição merece”, declarou o presidente do STF.
Barroso relembrou seu período como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), convidando as Forças Armadas para uma comissão de transparência sobre as urnas eletrônicas.
Ele disse ter ficado decepção com o comportamento dos militares, afirmando que foram “manipulados” para disseminar dúvidas infundadas sobre a integridade do processo eleitoral brasileiro.
“Chamei as Forças Armadas, e preciso dizer, lamentando muito, que tiveram um comportamento bastante decepcionante. Chamei para dar transparência, para ajudar na segurança, para prestigiar a instituição e eles acabaram sendo manipulados para levantar desconfianças e suspeitas infundadas”, acrescentou Barroso à GloboNews.
Em setembro do ano passado, o plenário do TSE decidiu, por unanimidade, remover as Forças Armadas da comissão de transparência sobre as urnas, considerando a participação dos militares como “absolutamente incompatível” com as necessidades da Justiça Eleitoral. Assista a trecho da entrevista a seguir!
“A pior coisa que existe para uma democracia é general em palanque”, diz ministro Luís Roberto Barroso. “Mas, no final do dia, as Forças Armadas não faltaram ao país, apesar de ter tido lideranças que a procuraram levar para o passado”.
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— GloboNews (@GloboNews) February 21, 2024