Barroso diz que STF não está discutindo legalização de drogas

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, no início da sessão dessa quarta-feira (6), disse que o tema em discussão no Tribunal não é sobre a liberação das drogas, mas sim a ‘definição de parâmetros’ para dizer o que pode ser caracterizado como tráfico ou como porte para consumo pessoal.

Ele afirmou que a discussão se dá unicamente em torno do uso pessoal de maconha e não de outras drogas. “As drogas não estão sendo, nem serão liberadas no país por decisão do STF. Legalizar é uma definição que cabe ao Poder Legislativo e não ao Poder Judiciário”, justificou.

Barroso explicou que a Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) já definiu que o usuário não vai para prisão e previu sanções alternativas para o usuário, mas não definiu parâmetros. Ele destacou que é necessário o estabelecimento de critérios objetivos para auxiliar a polícia, o Ministério Público e o Judiciário a diferenciar o usuário do traficante e evitar discriminação contra pessoas flagradas com maconha simplesmente em função de escolaridade, renda ou o local onde ocorrer o flagrante.

“O que está em jogo é evitar a aplicação desigual da lei em razão da cor e das condições sociais e econômicas do usuário”, disse. Para o ministro, portanto, é preciso que o Judiciário diga a quantidade de drogas compatível com o uso, para evitar a discriminação de pretos e pobres.

Política de drogas
Barroso enfatizou, ainda, a necessidade de se ‘rediscutir’ no Brasil a política de drogas e que há duas linhas adotadas pelos países: repressão ou legalização. Em seu entendimento, independentemente do ponto de vista a ser adotado, é preciso se reconhecer que a política adotada há 50 anos no país não está dando certo. “O consumo e o poder do tráfico só fizeram aumentar”, destacou.

Ele afirmou que “drogas são uma coisa ruim”, e seu consumo tem efeitos potencialmente prejudiciais sobre a saúde física e mental dos usuários. A seu ver, o papel da sociedade e do Estado deve ser o de desincentivar o consumo, tratar os dependentes e combater o tráfico. O debate deve buscar uma forma mais eficaz de se enfrentar o problema, de modo a proteger a saúde pública e diminuir a violência associada ao tráfico. Assista abaixo! (Fonte e foto: STF)

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